Se não é a malária é a tuberculose

Se não é a malária é a tuberculose - Folha 8

Mais de 40 pessoas morreram no primeiro trimestre deste ano infectadas por tuberculose, em vários hospitais da província do Bié, informaram as autoridades sanitárias locais.

O s dados divulgados pelo supervisor provincial de luta contra a tuberculose no Bié, Isaías Lemos, indicam que 43 pessoas morreram da doença entre Janeiro e Março, o que representa um aumento de 22 casos comparativamente ao mesmo período de 2014.

Segundo o técnico de saúde, o número de casos também aumentou relativamente ao ano anterior, tendo sido notificados este ano 502 casos, mais 16 do que em 2014.

Os números registados constituem preocupação para as autoridades sanitárias da província, que para o controlo da enfermidade têm realizado palestras de sensibilização, com o apoio das autoridades tradicionais e igrejas, disse Isaías Lemos.

De acordo com o responsável sanitário, o abandono do tratamento “por razões desconhecidas” é outra preocupação, salientando que 91 pacientes se encontram nessa condição e 255 receberam alta por apresentar melhorias.

Em 2013, a tuberculose afectou em Angola 60.807 pessoas, um aumento de 11 por cento do número de casos da doença comparativamente a 2012, tendo deste número 2,3% acabado por morrer.

No ano passado, o coordenador do programa de luta contra a enfermidade, Celestino Teixeira, considerou a tuberculose um problema prioritário de saúde pública.

Relembre-se que Angola vai deixar de beneficiar, a partir de 2018, do apoio do Fundo Global para o combate à malária, doença que no ano passado matou 5.102 pessoas entre os mais de 2,7 milhões de casos registados no país.

Segundo o porta-voz do Programa Nacional de Controlo da Malária (PNCM), Jaime Molossande, este tipo de apoio cessa face ao objectivo de Angola passar a país de rendimento médio.

O país passou a beneficiar, em 2005, do apoio do Fundo Global, um organismo internacional que apoia os países em desenvolvimento nos esforços de combate às grandes endemias, como a malária, tuberculose e HIV/SIDA.

Até 2014, Angola recebeu 227 milhões de dólares para o combate a estas doenças.

Segundo Jaime Molossande, a retirada desse financiamento – face à nova classificação em termos de rendimento que será atribuída ao país – constitui uma preocupação, na medida em que ainda “há um longo caminho a percorrer” até à erradicação da malária.

Para 2015, o PNCM tem como objectivo a cobertura de diagnósticos com testes rápidos, de redes mosquiteiras, melhorar o sistema de informação, pesquisa e vigilância epidemiológica.

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