O porta-voz da Renamo, principal partido de oposição em Moçambique, António Muchanga, foi hoje detido pela polícia moçambicana, acusado de liderar uma marcha ilegal e incitação à violência, disse à Lusa o porta-voz da polícia na capital.
O porta-voz da polícia moçambicana na capital, Orlando Modumane, disse: “Hoje, às 07:45 horas, o porta-voz da Renamo foi detido pela Polícia da República de Moçambique por ter liderado, no sábado, uma marcha ilegal e incitar à violência nos seus discursos”.
Modumane indicou que Muchanga, que é também conselheiro de Estado, foi detido numa estação de serviço na Matola Rio, cerca de cinco quilómetros da capital moçambicana e encaminhado para uma cela do Comando da Polícia da República de Moçambique da Cidade de Maputo.
“Foi-lhe lavrado um auto, que seguirá os passos seguintes”, acrescentou o porta-voz.
É a segunda vez que o porta-voz da Renamo é detido, depois de ter sido levado para a cadeia em Julho do ano passado, à saída de uma sessão do Conselho de Estado, convocada para lhe retirar a imunidade, por alegada incitação à violência.
António Muchanga veio a ser libertado em Agosto, após 42 dias de detenção, sem ter sido julgado, ao abrigo da Lei de Amnistia aprovada pela Assembleia da República, para beneficiar pessoas presas no âmbito da violência militar que assolou Moçambique durante ano e meio.
No sábado passado, o porta-voz da Renamo, que não teve a sua imunidade de conselheiro de Estado reposta, foi um dos militantes que falaram na sede do movimento, em Maputo, apelando a marchas dos simpatizantes da organização em todo o país contra os resultados das eleições gerais de 15 de Outubro.
A Renamo considera fraudulentos os resultados do escrutínio, ganho pela Frelimo, partido no poder desde a independência.