O Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2016 vai entrar em discussão na Assembleia Nacional ainda este mês e, segundo o ministro das Finanças, vai cumprir as “funções básicas” e tentar promover a retoma económica no país.
A ngola atravessa actualmente uma forte crise financeira e económica, com reflexos também ao nível cambial, devido à queda para metade das receitas com a exportação de petróleo, tendo em conta a quebra na cotação internacional do barril de crude.
A isso acresce a incompetência do governo em, durante 40 anos, não criar alternativas válidas à dependência do petróleo, potenciando as enormes capacidades do país noutras áreas.
A situação levou à revisão do orçamento para 2015 em Março, com o Governo a cortar um terço de toda a despesa que previa realizar este ano. De acordo com o ministro Armando Manuel, o OGE de 2016, em fase final de preparação, “vai cumprir a cobertura das necessidades básicas do Estado”.
“Isto é, garantir a remuneração dos seus servidores, assegurar o reembolso das obrigações de dívida, assegurar o funcionamento básico das instituições, quer em termos de despesa obrigatória e despesa mínima de funcionamento, assim como devolver à economia o ímpeto de crescimento com o investimento público voltado para projectos de cunho infra-estrutural necessários para o estímulo da actividade económica”, disse o governante, em declarações à rádio e televisão do regime.
Foi noticiado no dia 29 de Junho que o OGE para 2016 vai manter limites “apertados” na despesa, tendo em conta que a cotação internacional do barril de petróleo continua em baixa, conforme admitiu na altura a Directora Nacional do Orçamento do Estado, Aia-Eza da Silva, adiantando que não se perspectiva “um maior nível de receitas”, num contexto em que as que são oriundas do petróleo “continuam num patamar incerto”.
Já o ministro das Finanças, afirma que o Orçamento para 2016 “procurará equilibrar as fontes de recursos e os seus usos”, com “um nível de endividamento moderado, no quadro da responsabilidade fiscal que se tem para com as futuras gerações”.
Em causa está a crise da cotação internacional do petróleo, actualmente à volta de 50 dólares por barril, quando há um ano rondava os 100 dólares. A situação obrigou à revisão do OGE para este ano, tendo em conta a redução do peso das receitas petrolíferas de 70%, em 2014, para uma estimativa de 36,5% este ano.
O Governo decidiu cortar um terço das despesas totais iniciais, passando o orçamento a prever uma taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 6,6%, com toda a riqueza produzida no país a cifrar-se (estimativa) em 11,5 biliões de kwanzas (75 mil milhões de euros).
O limite da receita e da despesa do OGE desceu de 7,251 biliões de kwanzas (47,8 mil milhões de euros) para 5,454 biliões de kwanzas (36 mil milhões de euros), na versão revista.
Ainda devido à crise da cotação do petróleo, o Governo prevê um défice de 7% do PIB em 2015, com o buraco nas contas públicas avaliado em 806,5 mil milhões de kwanzas (5,3 mil milhões de euros).
Funcionários públicos atingidos
Os funcionários públicos vão receber o subsídio de Natal, este ano, em três tranches mensais, entre Outubro e Dezembro, anunciou o ministro das Finanças, Armando Manuel, sem adiantar uma explicação para a decisão.
Entre vencimentos e contribuições sociais dos funcionários públicos, o OGE de 2015 prevê uma verba total de 1,565 biliões de kwanzas (10,2 mil milhões de euros).
“Há bastante tempo, cerca de 10 anos, que a remuneração do 13.º mês vem sendo paga no mês de Novembro, contrariamente ao mês de Dezembro. E o que certamente estaremos fazendo este ano é assegurar que os servidores públicos possam receber de forma antecipada e pontual esta remuneração, para que possam tomar as decisões oportunas da sua despesa”, disse o ministro Armando Manuel, em declarações à rádio e televisão públicas do regime.
De acordo com o ministro, o pagamento do subsídio de Natal aos funcionários públicos vai decorrer em 2015 “de forma suavizada”, nos meses de Outubro, Novembro e Dezembro.
“Contrariamente ao exercício que vinha sendo feito, apenas nos meses de Novembro e Dezembro”, apontou o governante, garantindo que “não está em causa” o valor a pagar.
Devido à actual crise que o país atravessa, o Governo cortou em um terço toda a despesa que inicialmente previa realizar em 2015, tendo anunciado que as verbas destinadas ao pagamento de remunerações aos servidores do Estado permaneceriam inalteradas.
O fundamental tem se dito neste jornal, mas tinha que avidar empenhos no sentido de alimentar todo população angola que está farto dessas falsidades deste governo que nunca se ausenta do autoridade há mais de 36 anos…