Não produzimos riqueza,
mas produzimos… ricos

Luanda tem 4.900 milionários. Em África existem 163 mil. Segundo a AfrAsia Bank New World Wealth Report, as fortunas dos milionários luandenses valem 3% do total do continente africano. Sabe-se também que o número de milionários em Angola subiu 68% entre 2007 e 2013, situando-se o ano passado nos 6400.

O estudo da AfrAsia Bank New World Wealth Report, que considera milionário quem tem uma fortuna superior a um milhão de dólares, indica que Luanda está em sexto lugar na lista das 28 cidades, onde vivem mais de 500 milionários.

Numa projecção para os próximos 10 anos, Luanda será a sétima cidade com maior crescimento de milionários, cerca de 41%, devendo ter, na altura, 6.900 pessoas com mais de um milhão de dólares.

O ranking de 2015 é encabeçado por Joanesburgo, na África do Sul, com 23.400 milionários, seguida de Cairo, no Egipto (10.200), Lagos, Nigéria (9.100), Cidade do Cabo, igualmente na África do Sul (8.900), e Nairobi, no Quénia (6.200).

A capital do Gana, Accra, que em Junho passado tinha 2.300 milionários, é a cidade onde as fortunas crescem mais rapidamente.

O número de milionários em Angola subiu 68% entre 2007 e 2013, situando-se em 2014 nos 6400, agora de acordo com os dados da consultora New World Wealth.

De acordo com os dados, havia 3.800 cidadãos angolanos com um valor líquido superior a um milhão de dólares em bens (728.500 euros), nos quais se exclui o valor da residência oficial.

Neste período entre 2007 e Setembro de 2013, a subida percentual de Angola (68%) só foi ultrapassada pela da Etiópia, cujo número de milionários mais que duplicou em seis anos: de 1.300 para 2.700, segundo os dados desta consultora baseada em Oxford, Reino Unido, e com uma representação em Joanesburgo, na África do Sul.

Se Angola está em segundo lugar na curva de crescimento percentual relativa ao número de milionários, em termos absolutos também aparece no top ten africano, ficando em sexto lugar, atrás da África do Sul (48.700 milionários), Egipto (22.800), Nigéria (15.700), Quénia (8.300) e Tunísia (6.400).

Segundo as previsões da consultora NWW, em 2030 Angola passará para o quinto lugar da lista de milionários em África, subindo 144% para os 15.600, e ficando atrás da África do Sul, que mantém a liderança da lista, e da Nigéria, Egipto e Quénia, ultrapassando, assim, a Tunísia.

Os dados complementam a informação pública da Bloomberg, que afirmava que o homem mais rico de África, Aliko Dangote, é nigeriano e tem activos no valor de 22 mil milhões de dólares.

“Estamos a prever que a Nigéria, o Gana e o Quénia sejam os maiores condutores no crescimento do negócio da gestão de riquezas em África”, disse Andrew Amoils, um analista do escritório de Joanesburgo da NWW, acrescentando que esses países “já têm sectores bancários relativamente bem desenvolvidos, portanto o passo para a banca privada [atendimento específico a clientes abastados] é um movimento lógico”.

O relatório da consultora britânica não apanhou de surpresa os principais bancos que investem na gestão de fortunas, como o Barclays, o HSBC Holdings ou o UBS, o maior do mundo, que já tinha afirmado no mês passado que a Nigéria e Angola são as prioridades do banco na aposta na captação de novos clientes milionários.

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