O MPLA necessita de dispor de quadros qualificados, dotados de capacidade de criação, inovação e aprendizagem constante com vista a manter com êxito a sua trajectória.
Q uem o disse, hoje, foi Roberto de Almeida, vice-presidente do MPLA na abertura do 1º Encontro Nacional de Quadros do MPLA. Ficam, contudo, algumas dúvidas: Não bastam Luvualu de Carvalho, João Pinto e Bento Bento, entre outros de igual categoria?
De acordo com Roberto de Almeida, citado pela insuspeita Angop, os quadros constituem um recurso crucial para o bom desempenho do partido , tendo em linha de conta que, no actual contexto, o factor diferenciador entre partidos políticos já não reside unicamente nos seus programas, nos seus projectos de sociedade ou na sua “praxis”, mas também na qualidade dos seus militantes e na forma como desempenham o seu trabalho político.
“Conferimos importância à valorização dos quadros do partido porque compreendemos que o desenvolvimento do militante leva ao desenvolvimento da nossa organização“ sublinhou o vice-presidente do MPLA.
Na óptica de Roberto de Almeida, o MPLA deve dispor de militantes dotados de competências não só para acompanhar as inovações tecnológicas, mas também para realizar o trabalho político junto das comunidades, para contribuir para a resolução dos múltiplos e complexos problemas económicos, sociais e culturais, e para aumentar a sua capacidade de se relacionar e interagir com o povo, adoptando sempre posições proactivas.
Realçou Roberto de Almeida que o trabalho político-partidário exige formação e conhecimento, por forma a ajudar o partido a tomar decisões assertivas e criativas, agregando valor ao seu trabalho.
“Convém dizer que na história do MPLA não é nova a ideia do reconhecimento da importância dos quadros, como portadores de conhecimento, pois o MPLA sempre soube que o homem era o factor decisivo para se alcançarem os objectivos então preconizados”, referiu o vice-presidente do MPLA, crescentando que “no seu programa mínimo, o MPLA já estabelecia a necessidade de desenvolvimento do ensino secundário, técnico e profissional e a criação do ensino superior”.
Salientou, por outro lado, que depois da Independência nacional, obtida numa situação interna difícil sob todos os pontos de vista, caracterizada pelo êxodo maciço de técnicos e quadros portugueses, a formação de quadros impunha-se como um dos principais desafios que a nação tinha de enfrentar para garantir o funcionamento da administração pública, do sector produtivo, da saúde, da banca e das finanças, do aparelho judicial e até dos próprios estabelecimentos de ensino.
“Foi nesta conjuntura que o MPLA decidiu consagrar o ano de 1979 como o “ Ano da formação de quadros “, fazendo também coincidir, durante o período de 1979 a 1990, o cargo de Presidente do partido com o de secretário do Comité Central para os quadros. Hoje podemos dizer com orgulho que nesse período foram formados no país dois mil 164 técnicos superiores e no exterior 1773”, explicou.
Para o vice-presidente do MPLA, a questão dos quadros passou a ser um tema incontornável para a reconstrução e desenvolvimento do país num mundo que se afigurava cada vez mais concorrente e competitivo.
O encontro congrega 1.600 delegados provenientes das várias estruturas do partido, membros do executivo , diplomatas, docentes universitários entre outras personalidades e tem a duração de dois dias.