Empresas com a corda na garganta? “Não. Nada disso…”

Empresas com a corda na garganta? "Não. Nada disso..." - Folha 8

A ministra da Indústria rejeita o cenário admitido por empresários de encerrar unidades produtivas do sector das bebidas devido à falta de divisas para comprar matéria-prima, por efeito da crise na cotação do petróleo.

Q uestionada pela Lusa perante os alertas dos empresários do sector sobre os constrangimentos com a dificuldade no acesso a dólares, a ministra Bernarda Gonçalves Martins afirmou que o encerramento de fábricas por esse motivo está fora de questão.

“É evidente que o executivo está preocupado e a tomar as medidas necessárias para evitar males piores. Não estamos a ver que depois do esforço que se fez para a criação de uma indústria como é a das bebidas, que vão fechar. Logicamente que não tem sentido”, afirmou a ministra.

Na quinta-feira, durante o lançamento oficial, em Luanda, da Associação da Associação das Indústrias de Bebidas de Angola, o empresário Estêvão Daniel, administrador da empresa de refrigerantes Refriango, alertou para a possibilidade de acontecerem encerramentos a curto prazo, a manterem-se as dificuldades no acesso a divisas.

Disse mesmo que nesta altura há empresas com facturas de matéria-prima – que as indústrias do sector ainda adquirem ao exterior – em atraso, devido aos problemas na obtenção de divisas junto dos bancos comerciais ou para realizar transferências em moeda estrangeira.

“O executivo está desenvolver todos os esforços para minimizar aquilo que é provocado pela crise e temos a convicção de que o sector vai sobreviver e muito bem”, assegurou a ministra da Indústria.

Em causa está a diminuição de receitas com a exportação do barril de crude por Angola, devido à cotação internacional do petróleo, que caiu para metade em seis meses. Por sua vez, a situação fez diminuir a entrada de divisas no país, provocando a escassez de dólares no mercado oficial, dificultando o pagamento das empresas a fornecedores internacionais.

“Evidente que há soluções. O executivo está a trabalhar nesse sentido”, garantiu Bernarda Gonçalves Martins, escusando-se a adiantar mais pormenores sobre o plano que está a ser preparado pelo Governo e através da revisão do Orçamento Geral do Estado para 2015.

O sector das bebidas emprega directamente em Angola cerca de 14.000 pessoas.

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