A Casa de Cabinda em Portugal transmitiu “o mais profundo repúdio” pela detenção de activistas dos direitos humanos naquela região angolana, no sábado, condena o que classifica de “atropelo à Justiça” e exige a sua libertação.
A Associação Tratado de Simulambuco-Casa de Cabinda em Portugal, através de um comunicado, “vem manifestar o seu mais profundo repúdio, pela situação de extrema gravidade, que se torna a viver em Cabinda, com a detenção, de novo, de conceituados activistas de direitos humanos e membros da sociedade civil”.
A organização “vem condenar veementemente, mais uma vez, o atropelo à justiça e aos direitos-humanos em Cabinda, exigindo a reposição da justiça, e a imediata libertação dos detidos”.
A marcha de sábado tinha como objectivo protestar contra a má governação e violações dos direitos humanos no enclave, e – como todas as outras no mesmo sentido – não foi autorizada pelo Governo da Província de Cabinda.
Um dos organizadores do protesto Simão Madeca, representante da Associação Mãos Livres em Cabinda, disse que o activista dos direitos humanos José Mavungo, coordenador da manifestação prevista continua detido, tal como Arão Tembo, outros dos organizadores da iniciativa.
Segundo a Casa de Cabinda, “ambos estão agora detidos, no antigo edifício da PIDE, em Cabinda, e a serem interrogados, por uma delegação da Presidência da República de Angola, vinda expressamente de Luanda para esse fim”.
A entidade refere que José Marcos Mavungo foi detido na manhã de sábado, pela Policia da Ordem Pública, junto ao recinto da Igreja Católica Imaculada Conceição, “quando se dirigia à sua habitual missa matinal”.
Arão Bula Tempo, “representante máximo, em Cabinda, da Ordem dos Advogados Angolana”, foi detido igualmente na manhã de sábado, pela Polícia da Segurança do Estado, “quando se dirigia a uma consulta médica”, em Cabinda, acrescenta a informação.