A ex-ministra do Petróleo da Nigéria, Alison-Madueke, foi detida em Londres, por suspeita de corrupção e branqueamento de capitais, mas libertada sob caução, confirmaram hoje as autoridades nigerianas e membros da família da antiga governante.
A Nigéria tem, de facto e de jure, muito a aprender com Angola. Fizessem como faz o regime de José Eduardo dos Santos e nada disso acontecia. Como se sabe, por cá não há corrupção nem branqueamento de capitais, muito menos quando se trata de petróleo…
A detenção foi confirmada pelo porta-voz presidencial, Garba Shehu, à agência noticiosa AFP, que vincou que as autoridades nigerianas estão a colaborar com a investigação no Reino Unido.
Alison-Madueke, de 59 anos, foi ministra com a pasta do Petróleo durante o mandato do Presidente Goodluck Jonathan, entre 2010 e o início deste ano, quando aquele foi derrotado nas eleições por Muhammadu Buhari.
Primeira mulher a assumir o cargo na Nigéria – que é o maior produtor africano de petróleo -, Alison-Madueke tornou-se também na primeira mulher a presidir à Organização dos Países Exportadores de Petróleo, tendo sido acusada de uma fraude em larga escala no âmbito dos muitos biliões de dólares que o petróleo dá ao seu país, mas sempre alegou inocência.
Hoje em Londres, o tribunal concedeu permissão para que a polícia retivesse por seis meses os 41.000 dólares em dinheiro que foram apreendidos aquando da detenção de Alison-Madueke, que não compareceu à audiência.
Em Fevereiro de 2014, o ex-governador do Banco Central da Nigéria, Lamido Sanusi, revelou que a Corporação Nacional Nigeriana de Petróleo não tinha omitido das suas contas 20 mil milhões de dólares de receita, tendo sido posteriormente afastado do cargo.
O novo Presidente do país, que disse ir assumir pessoalmente o comando do Ministério do Petróleo, começou uma purga na Corporação Nacional Nigeriana de Petróleo, ordenando uma revisão das suas finanças e despedir todo o Conselho de Administração.