A criação de um tribunal anti-corrupção é o único meio de se lutar contra este fenómeno em Angola, defendeu o chefe da bancada parlamentar do Partido da Renovação Socia l(PRS), Benedito Daniel, em declarações à Voz da América.
Benedito Daniel falava na véspera do início de mais uma sessão parlamentar amanhã, 29, quando já é claro que o MPLA e partidos da oposição estão com ideias diferentes sobre o que deve ser este novo ano da Assembleia Nacional.
Os partidos da oposição querem uma acção de combate à corrupção e pedem também melhores condições de trabalho, enquanto a bancada do MPLA sublinha que o seu papel é defender as acções e programa do governo. Por outras palavras, enquanto uns querem que o país seja de facto uma democracia e um Estado de Direitos, outros – a maioria parlamentar – que ser apenas uma correia de transmissão do regime. Nada de novo, portanto.
O vice-presidente do grupo parlamentar do MPLA, João Pinto, rejeitou a acusação de que os deputados do seu partido não exercem nenhum controlo sobre o Governo.
“O grupo parlamentar do MPLA não faz oposição ao seu Governo, em nenhuma parte do mundo porque o Governo executa o programa e a bancada maioritária suporta e apoia este programa”, disse João Pinto para quem os parlamentares do MPLA vão “continuar a apoiar o seu Governo contribuindo para o desenvolvimento do país e a melhoria das condições de vida dos cidadãos”
“O combate à pobreza e a exclusão social têm sido um sucesso no país apesar de alguns tentarem ignorar esta realidade”, acrescentou, certamente depois de um faustoso almoço e muito longe de um Povo que sobrevive com mandioca, na melhor das hipóteses.
O líder do grupo parlamentar da UNITA, Raul Danda diz que o seu partido quer trazer Angola para “a normalidade (…) onde se faça prestação de contas, onde o Orçamento Geral do Estado seja fiscalizado para que o próprio titular do poder Executivo mostre uma boa governação e mais transparente”.
A CASA-CE fala na necessidade da melhoria das condições de trabalho dos deputados e, dentro disso, sublinha a necessidade dos parlamentares terem assistentes.
André Mendes de Carvalho, chefe da bancada parlamentar disse ser “preciso credibilizar o funcionamento do parlamento”.