Um filósofo da estrumeira criticou, na semana passada, o facto de os países europeus e norte-americanos terem-se decidido pelo combate e prevenção do Ébola, apenas quando sentiram os seus territórios ameaçados. Nessa mesma semana surgiu a notícia nos órgão de informação de que Angola irá ter umas forças armadas modernas, poderosas, dispendiosas. Também foi notícia a eleição de Angola para o Conselho de Segurança das Nações Unidas, como membro Não Permanente.
Por Domingos Kambunji
Felizmente, a eleição para esse cargo na ONU é Não Permanente. A política internacional não ficará prisioneira de um membro tão indecente, eternamente, como acontece em Angola com o cargo de Presidente. Fizeram o gosto aos rapazitos que gastaram milhões e milhões de dólares em campanhas de propaganda e relações públicas, para depois se gabarem de terem conseguido esse rebuçado, graças ao prestígio internacional de Zédu.
O prestígio internacional de Zédu já todos sabemos qual é, muito pobre. O poder de decisão de Angola nessa organização é o de verbo de encher. Todos sabemos que a capacidade para decidir existe apenas para as grandes potências económicas e militares, com possibilidade de influenciarem votações e de vetarem qualquer proposta que contrarie as suas vontades ou caprichos. A eleição de Angola, com um governo déspota e corrupto, é tão caricata como o foi quando elegeram Cuba para cargos de defesa dos direitos humanos, tendo este país muitos presos políticos e de consciência nas cadeias da ditadura castrista. Infelizmente, a política internacional é muito fértil neste tipo de aberrações.
Quando o filósofo de estrumeira decidiu protestar, lamentando o facto de os países europeus e norte americanos tentarem combater o Ébola apenas quando sentiram as suas fronteiras ameaçadas, vieram-nos à mente três palavras para o caracterizar: cabritista, fanático, matarruano. Angola gera muitos biliões de dólares para serem roubados pelos padrastos do sistema e para organizar forças armadas modernas, poderosas e dispendiosas. Essa ostentação só pode gerar défices no investimento num ensino universitário de qualidade e numa investigação científica moderna, poderosa e com as verbas necessárias que promoverem bons resultados.
O ensino universitário em Angola, especialmente nas universidades públicas, é capaz de empregar professores para produzirem técnicos e especialistas como este filósofo de estrumeira. A desculpa da guerra civil é uma falácia que não funciona neste caso como motivo para os atrasos verificados. As Universidades Agostinhos Neto, Zédus, Kundi paiLamas, kangambas, etc. funcionam há muitas décadas e, pelo visto, essas montanhas continuam a parir ratos de esgoto. O contributo da investigação científica para a melhoria da qualidade de vida em Angola, em África e no planeta Terra é uma miragem ou uma quimera.
O MPLA está mais interessado em investir nas artes da guerra do que promover e desenvolver as artes pacíficas do conhecimento científico. É natural que isso aconteça porque a boa formação académica e científica das pessoas favorece o pensamento crítico, a tomada de consciência das realidades, e é inimiga do actual cabritismo vigarista, que os diGerentes do sistema impõem através de forças policiais e exércitos armados até aos dentes.
Tal como está a acontecer em Angola, o Saddam Hussein, o Bashar al-Assad e o Kadafi também tinham exércitos muito modernos, poderosos e dispendiosos (para controlarem o povo e reprimirem a democracia). O desenvolvimento social equilibrado e harmonioso dos seus países foi e é a desgraça que todos podemos observar nos noticiários da comunicação social internacional, com jornalistas bem formados, o que não é o caso dos serventes dos órgãos de informação oficial na zéduardolândia.
Entretanto, ainda há poucos dias, um dos rapazitos que pretende apresentar-se como soba da juventude angolana, ao serviço do Reigime, o tal que dizia não ser perfeito nem pretender a perseguir a perfeição, surgiu como uma daquelas frases feitas, da propaganda, sem perceber bem a dimensão do disparate que proferiu: Substituir o MPLA na governação é substituir o povo. Que povo? As crianças que morrem antes dos cinco anos de idade? Os jovens desempregados que, segundo um estudo científico, publicado em Luanda, nunca terão possibilidades de arranjar emprego, porque o emprego gerado não é suficiente para combater a pobreza? Esses disparates dos protagonistas do Cabritismo só demonstram que a Universidade Agostinho Neto está a produzir licenciados em direito muito tortos, muito toscos. Esses licenciados, por mais incrível que isso pareça, são considerados os donos da razão e os gestores de mentalidades.
Nos países europeus e norte americanos “que só decidiram combater o Ébola quando sentiram as suas fronteiras ameaçadas”, que investem na qualidade do ensino universitário e na investigação científica, a maneira de pensar deste tipo de seres rascas da ova seria, com toda a certeza, motivo para chacota e os diplomas comprados na Universidade do Catambor seriam rejeitados pelos empregadores de pessoas bem formadas. Em Angola, os rascas da ova, são dirigentes políticos, deputados e ministros do Reigime, muito publicitados pelos órgãos de informação e propaganda da Zéduardolândia.