O antigo presidente da República portuguesa, Mário Soares, elogia o processo de paz angolano e considera que “há agora uma aurora de esperança” que, “felizmente, ocorre há mais de 12 anos,
mercê da política de reconciliação que foi bem empreendida e sucedida”.
As afirmações de Mário Soares constam do prefácio ao livro em formato ebook “Persona Non Grata – Cadernos de um Repórter”, do jornalista do i, Sérgio Soares.
“Com um longo percurso como jornalista, Sérgio Soares foi formado na tradição da ‘velha’ escola do jornalismo, com apego ao rigor e à verdade”, sublinha o ex-Presidente.
Para Mário Soares, o livro relata, por isso, com grande isenção, a experiência da guerra fratricida para que Angola foi arrastada.
No referido prefácio, o antigo chefe de Estado afirma que outros conflitos de grandes proporções foram abertos e a prevalência de concepções neoliberais, suportadas numa austeridade que mata, como nos lembra a cada passo o Papa Francisco, tornou este nosso futuro incerto.
Para Mário Soares, é daí que assume importância o aprofundamento das relações entre os povos e países de língua oficial portuguesa, nunca esquecendo o triângulo que, no Atlântico, tem vértices em Angola, Brasil e Portugal, e o que esse triângulo representa para os respectivos povos e países e para a afirmação destes no mundo.
“O livro de Sérgio Soares, que nos convoca para a memória colectiva comum, representa a condenação da guerra e um virar de página para um futuro de paz e de prosperidade para Angola”, sublinha ainda o antigo Presidente da República.
Em Maio, numa entrevista à Rádio Luanda Antena Comercial, Mário Soares considerou que o governo de Passos Coelho tem dirigido de forma “desastrosa” a relação com os angolanos e negou ter uma má relação com o MPLA, o partido no poder em Angola.