Frelimo “até” poderá aceitar negociar

Frelimo “até” poderá aceitar negociar

O porta-voz da Frelimo garantiu que “não houve nenhum contacto” entre o partido no poder em Moçambique e a Renamo sobre cenários pós-eleitorais, mas prometeu responder ao pedido de negociações do líder da Renamo, Afonso Dhlakama.

Em declarações à imprensa hoje em Maputo, Afonso Dhlakama assegurou que não vai recorrer à violência, após as eleições gerais em Moçambique, e disse estar pronto para negociar com o Governo a criação de “uma verdadeira democracia”.

Contactado pela Lusa, o porta-voz da Frelimo, Damião José, afirmou que “não houve nenhum contacto” nesse sentido.
“Não sabemos se poderá haver e, se houver, a resposta será dada nessa altura. Mas temos que respeitar o princípio do jogo democrático, quando ganhamos ou perdemos”, disse o porta-voz da Frelimo.

Resultados oficiais provisórios dos órgãos eleitorais, relativos a um terço das mesas de voto, colocavam na sexta-feira a Frelimo e o seu candidato presidencial, Filipe Nyusi, na dianteira, com cerca de 61%, seguido da Renamo, principal partido da oposição e seu candidato, Afonso Dhlakama, com pouco mais de 30%, e pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira maior força, Daviz Simango, com cerca de sete por cento.

O apuramento de dados está agora a ser feito a nível distrital e provincial e, só quando estiver terminada esta etapa, as autoridades eleitorais centrais retomarão a divulgação dos resultados nacionais.

Damião José lembrou que, nas eleições autárquicas do ano passado, a Frelimo felicitou o Movimento Democrático de Moçambique que venceu quatro municípios outrora sob gestão do partido no poder.

“O importante é que todos os concorrentes respeitem aquilo que foi a vontade dos eleitores. Cabe aos políticos terem a maturidade necessária para reconhecer quando perdem e ir preparando para os próximos pleitos eleitorais”, disse.

Damião José assinalou, no entanto, que os órgãos eleitorais ainda não declararam os vencedores do escrutínio da passada quarta-feira.

“Pensamos que nós como moçambicanos devemos continuar a respeitar os resultados dos processos eleitorais”, insistiu o porta-voz do partido no poder em Moçambique.

Mais de dez milhões de moçambicanos foram chamados a escolher um novo Presidente da República, 250 deputados da Assembleia da República e 811 membros das assembleias provinciais.

No escrutínio concorreram três candidatos presidenciais e 30 coligações e partidos políticos.

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