O Vice-Presidente de Angola, Manuel Vicente, enfatizou hoje a unidade nacional como garante da soberania, integridade e desenvolvimento do país, durante as comemorações do 39º aniversário da independência angolana, na província do Huambo.
Manuel Vicente, no acto de massas evocativo da proclamação da independência, afirmou que, “em 39 anos de existência como nação independente, já podemos extrair uma grande lição da nossa história: Nada se consegue sem trabalho, sacrifício, determinação e perseverança. E só conseguimos atingir os grandes objectivos nacionais se nos mantivermos unidos”.
A vila municipal de Cachiungo, antiga Bela Vista, a 64 quilómetros da cidade do Huambo, acolheu a sessão oficial das comemorações de 2014, com o lema “Unidos, reforcemos os ideais de liberdade e justiça social”.
No discurso proferido no estádio da localidade, o Vice-Presidente angolano sublinhou a importância da província do Huambo na “resistência secular contra o colonialismo” português e de uma luta que terminou em 1975.
“Sem o sacrifício, incluindo das próprias vidas, de milhares de angolanos, não teria sido possível alcançar a independência e manter a integridade territorial nacional, obter a paz e lutar pelo desenvolvimento económico, social e cultural do nosso país”, destacou Manuel Vicente.
Para o Vice-Presidente, que falava em representação do chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, os sacrifícios do povo “valeram a pena”, porque os angolanos estão a “construir uma nação unida, próspera, moderna, democrática e inclusiva”, onde “todos os seus filhos podem dispor dos mesmos direitos e oportunidades”.
Angola vive em paz desde 2002, com o fim do conflito armado que se seguiu à proclamação da independência do domínio colonial.
“As armas de guerra já se calaram, já não temos medo de emboscadas nas estradas”, enfatizou Manuel Vicente.
Recordando que a “unidade nacional, a integridade territorial e a preservação da soberania”, como acontece actualmente, constituem “as principais condições” para “consolidar a paz, promover o desenvolvimento e o bem-estar, erradicar a fome, a pobreza e a doença”, estas asseguram ainda a “justa repartição do rendimento nacional”, bem como a “construção de uma sociedade democrática, garantindo as liberdades e os direitos de todos os cidadãos”.
As comemorações deste ano ficam marcadas por acusações entre a UNITA e o MPLA, no poder desde 1975, nomeadamente face ao alegado aumento de casos intolerância política, como acusa o maior partido da oposição.
Numa alusão ao Orçamento Geral do Estado para 2015, que começa quinta-feira a ser discutido na Assembleia Nacional, o Vice-Presidente admitiu ainda, no mesmo discurso, que o “abaixamento do preço do petróleo” já não vai permitir “imprimir a velocidade que pretendíamos” em vários projectos de desenvolvimento.
Estas comemorações envolveram inaugurações de empreendimentos, nomeadamente a biblioteca provincial do Huambo, a fábrica de refrigerantes Blue, da Refriango, e a entrega de mais de uma centena casas sociais naquela província.
Um espectáculo músico-cultural finaliza as festividades do “11 de Novembro”, feriado nacional, dia da dipanda.
Angola tornou-se independente, depois de 500 anos de colonização, com a intervenção de três movimentos políticos armados, nomeadamente o MPLA, a UNITA e FNLA.
Duas independências foram proclamada faz hoje 39 anos. Uma, em Luanda, por António Agostinho Neto, líder do MPLA e o primeiro presidente de Angola, e outra no Huambo por Jonas Savimbi e Holden Roberto, líderes da UNITA e da FNLA, respectivamente.