As vendas directas de divisas do Banco Nacional de Angola (BNA) aos bancos comerciais atingiram na última semana o valor mais baixo de Outubro, cifrando-se em 275 milhões de dólares, segundo informação daquela instituição.
Os dados, citados pela Lusa, constam do relatório semanal do BNA sobre a evolução dos mercados monetário e cambial, neste caso no período entre 20 e 24 de Outubro.
Confirmam a venda, nesta semana, de 275 milhões de dólares (217 milhões de euros) em divisas, concretizadas a uma taxa média de referência do mercado cambial interbancário de 99,113 kwanzas por cada dólar. Trata-se de uma nova subida da taxa cambial, neste caso de 0,193 por cento, face à semana anterior.
Nas três semanas anteriores, de Outubro, o volume destas vendas oscilou entre os 282,9 milhões (223 milhões de euros) e os 380 milhões de dólares (300 milhões de euros), segundo informação anterior do banco central angolano.
Nas quatro semanas de Setembro, estas mesmas vendas somaram, no total, mais de mil milhões de dólares (780 milhões de euros), metade do registo do mês de Agosto, reflectindo mínimos do ano.
As vendas de divisas pelo BNA estavam a cifrar-se, nos últimos meses, em cerca de 500 milhões de dólares por semana, segundo dados oficiais, mas desde então que estão em queda.
Desde Maio último que o aumento nas vendas de divisas era justificado pelo BNA com as quebras nas receitas do sector petrolífero e consequências nas restantes operações, como dificuldades dos bancos em satisfazerem pedidos dos clientes para levantamentos em dólares, impondo limitações em alguns casos.
A nova Lei Cambial para o Sector Petrolífero e alterações nas regras de importação de dólares por parte dos bancos são também apontadas como estando na origem das dificuldades.
No entanto, conforme regulamentação publicada em Outubro, as petrolíferas vão passar a ter de negociar directamente com o banco central, e à taxa de câmbio fixada pela instituição, a venda de dólares, medida que visa travar desequilíbrios no mercado cambial.
Angola é o segundo maior produtor de petróleo na África subsaariana a seguir à Nigéria, actividade que representou no ano passado 76 por cento das receitas fiscais do país.