Alemanha já tratou cerca 3 mil crianças angolanas

Alemanha já tratou cerca 3 mil crianças angolanas - Folha 8

Um grupo de 61 crianças regressou hoje a Angola depois de tratadas em hospitais da Alemanha, no âmbito do programa Kimbo Liombemwa, que em 20 anos beneficiou cerca de 3.000 menores angolanos com dificuldades.

Trata-se de uma parceria estabelecida em 1994 entre a organização alemã Friendsdorf International e a angolana Kimbo Liombembwa, prevendo duas viagens anuais para tratar crianças com problemas ortopédicos, oftalmológicos, dermatológicos, queimaduras e alguns tipos de malformação congénita, seleccionadas em todo o país.

Foi o caso de domingos José da Cruz, que recebeu hoje a sua filha de cinco anos, tratada na Alemanha a um tumor na garganta.

“A minha filha foi seleccionada no Cuanza Norte, ficou seis meses na Alemanha, chegou hoje curada e estamos de regresso. Estou muito emocionado, porque a minha filha estava muito mal e voltou bem curada”, apontou.

Já Susana Alfredo, mãe de uma menina de quatro anos, manifestou a satisfação pelo regresso da filha, seis meses depois de iniciado o tratamento a um joelho.

“É uma mão solidária, estou muito agradecida e satisfeita”, regozijou-se Susana, moradora em Luanda.

Em declarações à agência Lusa, o embaixador da Alemanha em Angola, Rainer Muller, elogiou a iniciativa da sociedade civil, sublinhando os resultados positivos que tem registado.

Por sua vez, a secretária-geral da Kimbo Liombembwa, Severina Albano, explicou que, após o regresso deste grupo, outras 83 crianças partem agora para Alemanha.

Vão receber o mesmo tipo de tratamento médico, mas desde já a responsável apela a uma maior atenção dos pais para o problema das queimaduras.

“Porque é uma patologia que demora algum tempo, vão e voltam (várias vezes) para que a criança tenha realmente uma fisionomia aceitável”, referiu a médica.

A falta de documentos é um problema que este projecto tem vindo a enfrentar, já que muitas destas crianças não têm cédula, dificultando a conclusão do processo.

“Tem sido um problema. O INAC [Instituto Nacional da Criança] tem-nos ajudado nesse sentido, mas realmente é necessário que se expandam os registos, porque há muita gente ainda que não tem registo, não existem para o país”, adiantou.

As crianças angolanas representam o maior grupo de pacientes beneficiários de assistência médica na Alemanha, no âmbito deste programa.

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