A ONG Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente (ADRA) quer que o Governo a atribua o estatuto de utilidade pública, para poder ampliar os seus projectos sócio-económicos nas zonas rurais do país, onde assiste milhares de famílias camponesas, segundo a directora da organização na província do Huambo, Maria Lassaleti.
Esta preocupação foi manifestada hoje, quarta-feira, durante a cerimónia da abertura do VIII Encontro Municipal das comunidades, em curso na comuna da Calenga, município da Caála (Huambo).
Maria Lassaleti explicou que ao ser elevada à categoria de instituição de utilidade pública, a ADRA passaria a beneficiar de financiamentos a partir do Orçamento Geral do Estado, permitindo, assim, alargar os seus projectos para outras localidades rurais do país.
Referiu também que no município da Caála a organização apoia 35 organizações de camponeses, entre associações e cooperativas, constituídas por três mil e 700 famílias, cifra que devia ser maior caso houvesse mais recursos financeiros.
Maria Lassaleti disse que o apoio traduz-se na realização de seminários sobre o interesse publico, programas de alfabetização, criação de iniciativas económicas, através de caixas comunitárias para créditos simples monitorados pelos membros das associações de camponeses, acesso às novas técnicas agrícolas, mediante escolas de campos e o incentivo ao associativismo juvenil.
“A nossa meta continua a ser o empoderamento das populações mais desfavorecidas, pela via do reforço das organizações comunitárias de base, para que sejam capazes de resolverem os principais problemas dos seus membros, apresentando propostas às administrações locais e contribuindo para o desenvolvimento das suas localidades”, disse a directora da ADRA.
O VIII Encontro, em que participam membros das associações de camponeses e agentes administrativos do município da Caála, está a discutir assuntos sobre as boas práticas de desenvolvimento local sustentável, políticas públicas de apoio ao desenvolvimento rural, assim como o programa de descentralização e a perspectiva de haver autarquias em Angola.