A rebaldaria

A vitória de Donald Trump significa que José Eduardo dos Santos vai ter a vida facilitada? Tudo indica que sim. Quem diz que Putin é um “líder muito respeitado” não se encontra numa posição para ser capaz de contrariar o narcisismo sanzaleiro e o despotismo do Engenheiro Eduardo dos Santos, o “querido líder” de um dos dez países com pior prosperidade no mundo inteiro e campeão mundial em mortalidade infantil.

Por Domimgos Kambunji

Barack Obama conclui o segundo mandato como o Presidente dos Estados Unidos da América com o maior índice de popularidade de sempre. Ele foi capaz de ultrapassar a recessão económica, contribuir para a criação de quinze milhões de empregos, baixar a taxa de desemprego para níveis nunca atingidos nos últimos trinta anos, baixar os números da pobreza e aumentar o salário de muitos milhões de norte-americanos. É óbvio que todos esses resultados são um mau exemplo para “líderes” como o Putin e o Engenheiro de Bá Cu.

A Rússia do “líder muito respeitado” encontra-se em recessão. O desemprego é crescente, a pobreza aumenta, os salários reais da grande maioria dos cidadãos decrescem. A oligarquia kapanguesca do grupo dos bajuladores conformistas e subservientes da nova União Soviética prospera, é milionária, bilionária, tem muitas contas bancárias nos países mais prósperos do ocidente, incluindo os Estados Unidos, e em vários paraísos fiscais.

Será que este retrato é semelhante ao das paisagens humanas que poderemos observar na Re(i)pública de Angola? Qualquer semelhança é pura coincidência!

Se Trump diz que Putin é um “líder muito respeitado” terá que dizer o mesmo do clone angolano do czar neo-soviético. Será de bom tom que o recém eleito presidente dos Estados Unidos diga bem do “Putin Angolano” porque este poderá contribuir para o sucesso das empresas de Trump, desde a construção de edifícios “arranha-céus” (rodeados por musseques com muitas cubatas “arranha-chãos”) até à organização de concursos de misses, que agradam muito à primeira dama de Angola.

As minorias, os eleitores mais jovens e os com melhor formação académica não conseguiram derrotar Donald Trump. Os republicanos conseguiram vingar-se por os Estados Unidos terem eleito um presidente afro-americano, que cumpriu dois mandatos e abandona o cargo com elevado prestigio e dignidade.

José Eduardo dos Santos vai ter a vida facilitada com a eleição de Donald Trump. O “amigo” Putin vai ajudar no processo eleitoral angolano do próximo ano. O MPLA vai vencer as eleições com elevada percentagem.

O único senão é que no próximo discurso à Nação, Eduardo dos Santos não vai poder culpar os Estados Unidos pela crise em Angola. Depois de culpar os partidos da oposição, o “Putin Angolano” vai ter de acusar um outro país, onde a qualidade de vida é muitíssimo superior ao miserável desenvolvimento económico e social de Angola.

A rebaldaria angolana não irá ser sabotada, disso o Engenheiro de Bá Cu pode ficar descansado, totalmente seguro!

Se Donald Trump conseguiu ser eleito Presidente dos Estados Unidos, também o Kangamba, o Louvalozédu ou o Doutor Atum poderão sonhar em suceder ao Engenheiro de Bá Cu. Já demonstraram suficiente competência demagógica para desempenharem as funções de Presidente da Re(i)pública de Angola.

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