As vendas de diamantes cresceram mais de 3,5% até Fevereiro, face ao período homólogo de 2014, traduzindo-se no forte aumento da receita fiscal em apenas dois meses, para USD 14,5 milhões.
O s números constam do mais recente relatório da Administração Geral Tributária sobre as receitas arrecadadas pelo sector diamantífero, e que fixa em USD 195,7 milhões as vendas entre Janeiro e Fevereiro.
Estas vendas são referentes a 1.433.990,47 quilates de diamantes, reflectindo um crescimento de 3,5% face a 2014 e um aumento da receita fiscal, também em termos homólogos, de 8,8%, entre imposto industrial e royalties.
Apenas nestes dois impostos – excluindo o imposto industrial definitivo calculado no fim do ano e os lucros da empresa concessionária estatal do sector -, renderam aos cofres, até Fevereiro, Kz 1.598.202.819 (USD 14,5 milhões), aproximando-se dos valores de 2013.
Já em todo o ano de 2014, Angola arrecadou cerca de Kz 10 mil milhões (USD 91,1 milhões) só com impostos sobre a venda, no total, de 8,6 milhões de quilates, por USD 1.274 milhões.
Depois do petróleo, os diamantes são o principal produto de exportação de Angola, país que está entre os cinco principais produtores mundiais.
De acordo com o administrador da concessionária diamantífera angolana Endiama, a previsão é de que dentro de cinco anos as novas descobertas de reservas de diamantes do país permitam compensar o fim da operação nas extracções actuais.
Carlos Sumbula afirmou que “há uma intensa actividade de prospecção” em curso em Angola, envolvendo várias multinacionais, existindo a “perspectiva de encontrar novas reservas”.
“Pensamos que no futuro, dentro de cinco a sete anos, poderemos ter boas descobertas. Mas por enquanto as reservas estão a caminhar para o fim, o que é normal porque estamos a explorar diamantes há várias dezenas de anos”, explicou o presidente do Conselho de Administração da Endiama.
Do total da extracção angolana no último ano, 8,75 milhões de quilates da produção industrial seguiram para exportação, avaliada em 1,308 mil milhões de dólares.
De acordo com Sumbula, estão em curso em Angola estudos de prospecção de kimberlitos (campos com uma espécie de rocha magmática com diamantes) e alviões, em conjunto com outros parceiros, que visam compensar o natural declínio de produções que já levam dezenas de anos em actividade.
“Nós não temos perspectivas de aumento de produção. Estamos a fazer prospecção para a descoberta de novas reservas”, acrescentou o administrador da Endiama, que anteriormente já assumiu a existência de “indícios” que apontam para a futura descoberta de uma “mina importante”.
A Endiama assinou em 2013 um acordo com a empresa russa Alrosa, para prospecção de diamantes em Angola, tendo em conta estimativas iniciais que apontam para que apenas 10% das reservas angolanas são conhecidas.
Dados da indústria diamantífera mundial apontam Angola como quinto maior produtor de diamantes, mas a sua produção representa apenas 8,1 % do valor global mundial.
A mina de Catoca, no interior norte de Angola, é a quarta maior do género no mundo.