A reabilitada ligação ferroviária entre o Lobito e o Luau vai contar com duas frequências semanais depois de concluídos os últimos trabalhos na linha.
S egundo informação transmitida pelo presidente do Conselho de Administração da empresa pública Caminho de Ferro de Benguela (CFB), Carlos Gomes, as ligações ao Luau serão garantidas a partir de Luena, Moxico, onde a reabilitada linha do comboio já chegava desde 2012.
Estão agora previstos dois comboios semanais, em ambos os sentidos, para transporte de passageiros e mercadorias, totalizando quatro ligações por semana entre os dois extremos do país, numa linha de 1.344 quilómetros.
O último troço do CFB, entre Luena e Luau, foi reinaugurado pelo Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, a 14 de Fevereiro, num total de 344 quilómetros que permitiram concluir a reabilitação da linha ferroviária e fazer regressar o comboio ao ponto mais interior do país, 32 anos depois.
Esta ligação começou a ser construída em 1903, no tempo colonial português, e operou até 1983, quando as infra-estruturas foram destruídas pela guerra civil angolana.
O último troço da linha está ainda em fase de preparação para o início da operação regular e, segundo explicou Carlos Gomes, em declarações à rádio pública angolana, a tarifa entre os dois extremos do CFB será definida em conjunta com as empresas públicas que operam o caminho-de-Ferro de Luanda (CFL) e o de Moçâmedes (CFM).
A reabilitação da rede ferroviária, destruída pela guerra, custou, entre 2005 e 2015, mais de 3,5 mil milhões de dólares, de acordo com informação anterior do ministro dos Transportes de Angola, Augusto da Silva Tomás.
A reabilitação das três linhas nacionais edificadas durante o período colonial – além do CFB também o CFL e o CFM -, envolveu 2.612 quilómetros de rede e a construção de raiz de 151 estações ferroviárias.
Toda a rede ferroviária nacional, reabilitada sobretudo por empresas chinesas, foi utilizada para a passagem de uma linha própria de fibra óptica, tendo sido ainda adquiridas 42 locomotivas, 248 carruagens de várias tipologias e 263 vagões.
Só a reabilitação da linha do CFB, agora totalmente concluída, custou quase 1,9 mil milhões de dólares, cruzando quatro províncias angolanas e uma área com sete milhões de habitantes.