O Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, participa hoje em Kinshasa numa cimeira para analisar a instabilidade na República Democrática do Congo (RDC), em que além do anfitrião, Joseph Kabila, participa o seu homólogo sul-africano, Jacob Zuma.
O encontro acontece em vésperas da anunciada intervenção militar para expulsar as forças rebeldes que que actuam no leste da RDC.
A cimeira tripartida foi preparada em Luanda, na passada terça-feira, durante um encontro entre os chefes de Estado de Angola e da África do Sul, que respectivamente lideram a Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos (CIRGL) e o órgão de Defesa e Segurança da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
As Forças Democráticas de Libertação do Ruanda (FDLR), que actuam na RDC, não cumpriram o prazo de 02 de Janeiro para promoverem voluntariamente o desarmamento, pelo que uma missão das Nações Unidas, mandatada para executar a operação militar, está pronta para avançar.
Além da participação na cimeira, José Eduardo dos Santos efectua nesta sua primeira deslocação ao exterior em 2015, uma visita de trabalho em que está prevista a assinatura de quatro acordos de cooperação na área dos transportes.
Um destes prevê a retoma dos voos da Transportadora Aérea Angola (TAAG) para a capital congolesa, suspensos desde 2010.
Angola e a vizinha RDC partilham uma fronteira de cerca de 1.500 quilómetros.
Recorde-se que o secretário-executivo da Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), Ntumba Luaba, esteve recentemente em Luanda, numa ronda de contactos com governantes angolanos sobre a instabilidade provocada na região pelos rebeldes ruandeses.
Ntumba Luaba explicou na altura que a sua visita visa “identificar soluções para combater as forças negativas no Uganda que continuam a causar instabilidade em alguns países da região”.
O Governo angolano completou no 15 de Janeiro um ano na presidência da CIRGL, tendo assumido o objectivo de pacificação desta região do continente africano.
A instabilidade nesta região africana, nomeadamente no leste da vizinha RD Congo – onde actuam rebeldes ruandeses -, com a prevista intervenção de uma força internacional, além dos conflitos na República Centro-Africana e no Sudão do Sul, têm sido as principais preocupações da presidência angolana.
A CIRGL integra Angola, RD Congo, República do Congo, Burundi, República Centro-Africana, Quénia, Uganda, Ruanda, Sudão, Sudão do Sul, Zâmbia e Tanzânia.