A Guiné Equatorial é o único país africano da CPLP em recessão nos próximos três anos, segundo as previsões divulgadas pelo Banco Mundial, nas quais se destaca também o crescimento de Moçambique, sempre acima de 8% até 2017.
D e acordo com as previsões de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) que estão nos primeiros dois capítulos das Perspectivas Económicas Mundiais, o mais recente membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) terá um crescimento negativo do PIB de 8,1% este ano, melhorando ligeiramente nos dois anos seguintes, para 7,3% e 6,4%, sendo o único deste grupo a registar uma recessão nos próximos três anos.
Os dados da Guiné Equatorial contrastam com os restantes países lusófonos, que apresentam taxas de crescimento positivo em todo o período, com amplo destaque para Moçambique, que depois de ter crescido 7,2% em 2014, deverá acelerar para um pouco mais de 8% até 2017.
Moçambique é, de resto, o único país lusófono em África que consegue crescer bem acima da média da África subsaariana. Angola fica-se por valores a rondar os 5% até 2017, ligeiramente acima da média dos países da região, e bem acima das expansões das economias de Cabo Verde (cerca de 3%) e da Guiné-Bissau, que deverá registar crescimentos na casa dos 2% nos próximos três anos.
“A África subsaariana cresceu moderadamente em 2014, tendo uma média de 4,5%, que compara com os 4,2% de 2013″, lê-se no relatório elaborado pelos economistas do Banco Mundial, que exemplificam que Angola foi abrandada pelo declínio na produção petrolífera” e que o crescimento foi forte nalguns dos países de baixo rendimento, como Moçambique ou a Tanzânia.
As razões para o abrandamento nesta região, segundo o relatório, prendem-se com a descida na procura mundial, os baixos preços das matérias-primas, o fraco investimento directo estrangeiro, a baixa confiança empresarial, as deficientes capacidades, principalmente em termos de infra-estruturas”, a que se junta a epidemia do Ébola e a abrupta descida no preço do petróleo.
O crescimento da África subsaariana, uma das regiões do mundo com o crescimento mais acelerado, área alicerçada “no investimento em infra-estruturas, aumento da produção agrícola e na expansão do sector dos serviços”, num contexto em que “os preços das matérias-primas e os fluxos de capital do estrangeiro fornecerão menos apoio ao crescimento, com a procura e a actividade económica nos mercados emergentes a continuarem em abrandamento”.
Esta redução do crescimento, particularmente na China, é apontada como um dos maiores perigos para o crescimento da região, dada a importância da economia chinesa como parceiro de muitos países africanos, particularmente no caso dos que têm vastos recursos naturais, como é o caso de Angola, que exporta cerca de metade do seu petróleo para a China, que compra a Angola 15% do total de petróleo consumido no país.