O Presidente do MPLA, o Presidente da República (não nominalmente eleito), o Titular do Poder Executivo, general João Lourenço, não vão participar do Congresso Nacional da Reconciliação, que acontece a 6 e 7 de Novembro, por razões de calendário ligadas a compromissos de Estado, anunciou hoje a Presidência.
A página de Facebook da Presidência angolana — que inicialmente começou por apontar uma data errada, de 29 a 31 de Outubro – informa que João Lourenço foi convidado a participar do congresso que está a ser promovido pela Conferência Episcopal de Angola (CEAST), mas comunicou em devido tempo a sua indisponibilidade.
Em causa estão “razões de calendário ligadas a compromissos de Estado”, lê-se no comunicado, realçando que João Lourenço far-se-á representar por um membro do executivo.
O Congresso Nacional da Reconciliação, enquadrado nas celebrações dos 50 anos de independência nacional, estava agendado inicialmente para a última semana de Outubro, mas foi remarcado para 6 e 7 de Novembro, “ajustado à disponibilidade do Presidente angolano”, como explicou o presidente da CEAST à saída de uma audiência concedida por João Lourenço no início do mês.
O presidente da CEAST, José Manuel Imbamba, anunciou, em 1 de Outubro, que o Presidente angolano aceitou o convite para participar no Congresso Nacional da Reconciliação, um tema importante para os angolanos que ainda carregam “muitas feridas”.
José Manuel Imbamba falava à imprensa no final de uma audiência com o Presidente angolano, João Lourenço, que serviu para formular o convite ao chefe de Estado para fazer parte deste evento, tendo hoje, 21 dias depois deste encontro, sido manifestada a indisponibilidade.
De acordo com a CEAST, o encontro em Luanda para o qual estão previstos mais de 500 participantes deve produzir uma carta nacional de compromissos sobre as lições da história dos 50 anos de Angola independente.
Segundo o secretário nacional da Comissão Episcopal de Justiça, Paz e Integridade da Criação da CEAST, Celestino Epalanga, o congresso será um espaço de reflexão nacional sobre o percurso histórico de Angola e deve produzir uma carta nacional de compromissos.
“A produção desta carta nacional de compromissos é um dos resultados esperados deste congresso e esta carta deve congregar as lições da história dos últimos 50 anos e definir caminhos para os próximos anos”, disse em Abril o padre Celestino Epalanga em conferência de imprensa.
O Congresso deve congregar todas as sensibilidades do país, da vida social, política, religiosa, académica, empresarial, cultural e outras para um “exame coletivo de consciência” sobre o percurso do país em meio século de independência, referiu.
Este congresso deve proporcionar “espaços de autoavaliação e da busca de novos rumos para o (…) futuro, momentos restauradores para a nação angolana e estabelecer um compromisso para novos rumos”, frisou na ocasião.

