(A)MPLA E GENÉTICA CÓLERA DO REINO

Angola registou até terça-feira 144 novos casos e sete mortes relacionados com o surto de cólera, elevando os números para 5.219 infectados e 189 mortos, desde o início da epidemia, segundo dados das autoridades sanitárias.

O Ministério da Saúde divulgou que a província de Luanda registou o maior número de casos, nas últimas 24 horas, com 97 infectados, bem como de mortes com seis dos sete óbitos. Também nas últimas 24 horas, 149 pessoas receberam alta e continuam internados 193 doentes com cólera.

No total desde o início do surto, Luanda lidera o número de casos com 2.620 infectados, seguindo-se as províncias do Bengo com 1.906, Icolo e Bengo com 593, Malanje com 42, Cuanza Sul com 29, Huambo com nove, Huíla com sete, Zaire com cinco, Cabinda com três, Cuanza Norte e Uíje com dois cada e Cunene com um.

No que se refere aos óbitos, Luanda registou a maior parte das mortes com 92 das 97 registadas. O grupo etário mais afectado é o dos 2 aos 5 anos, com 814 casos e 31 óbitos, seguido do grupo etário dos 10 aos 14 anos, com 664 casos e 13 óbitos.

O surto de cólera, uma doença infecciosa associada a más condições de higiene, saneamento deficiente e falta de qualidade da água, foi detectado pelas autoridades angolanas a 7 de Janeiro deste ano, em Luanda, capital angolana.

Para melhor entendermos o que o Governo do MPLA (há 50 anos no Poder) pensa sobre esta calamidade, vejamos o que o Presidente do MPLA (e por inerência também Presidente da República) general João Lourenço disse em 2 de Fevereiro de 2024 aos membros da SADC a propósito do reforço de sistemas de saúde.

«O Chefe de Estado angolano, João Lourenço, apelou aos Estados-Membros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) a estarem preparados para emergências de saúde pública e para o reforço dos sistemas sanitários.

João Lourenço, também Presidente em Exercício da SADC, fez o apelo na abertura da Cimeira Extraordinária desta organização regional, que decorreu em formato virtual e analisou o surto de cólera que assola países membros.

“A nossa preparação para emergências de saúde pública constitui uma exigência vital, no momento actual. Devemos estar prontos para enfrentar e superar os desafios que se colocam, tendo em conta que a prevenção é a chave do problema. Por isso, devemos nos empenhar em fortalecer os nossos sistemas de saúde, a vigilância epidemiológica, laboratorial e ambiental, mitigar os riscos e educar a nossa população”, sublinhou.

João Lourenço reconheceu a urgência de uma resposta e a necessidade de uma acção coordenada e eficaz para enfrentar o problema.

“A crise de saúde pública que assola a nossa região representa uma séria ameaça ao desenvolvimento sustentável e ao bem-estar dos nossos povos. Neste momento crítico, devemos reconhecer a urgência da nossa resposta e a necessidade de uma acção coordenada e eficaz, pois a cólera não conhece fronteiras e exige uma abordagem regional para enfrentá-la”, frisou.

O Chefe de Estado destacou igualmente a urgência no fortalecimento dos mecanismos de transferência tecnológica, para que se invista em fábricas para a produção local de medicamentos, produtos médicos e vacinas, visando a auto-suficiência, o desenvolvimento económico e tecnológico, a criação de empregos e a inovação do sector farmacêutico da região.

O Presidente em exercício da SADC considerou crucial o fortalecimento da vigilância epidemiológica em todos os pontos fronteiriços, para garantir a segurança sanitária e reduzir a transmissão da doença na circulação de pessoas, bens e serviços entre os países.

De acordo com a titular do sector da saúde, Sílvia Lutucuta, a região está desde 2022 a ser afectada por surtos de cólera, agravando-se com as dificuldades do saneamento básico e alterações climáticas.

“As chuvas torrenciais e os ciclones, de facto, têm colocado a nossa população em risco. Desde essa altura, já temos o registo de mais 660.000 casos de cólera com mais de quatro mil óbitos”, informou a ministra angolana da Saúde.

De acordo com Sílvia Lutucuta, desde à quadra festiva ao início deste ano, houve um aumento considerável de casos de cólera na Zâmbia, Zimbabwe e também em Moçambique, com excepção de Angola, Namíbia e Botswana.

A reunião teve como objectivo tomar decisões para prevenir, combater a propagação e dar uma resposta efectiva à doença, baseadas nas constatações dos ministros da Saúde e no relatório do Conselho de Ministros da SADC, que exige uma abordagem integrada e holística que aborde não só os desafios da saúde, mas também os desafios económicos, sociais, ambientais e de governança, de forma eficaz e sustentável.»

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