Mensagem de fim de ano dirigida aos angolanos que sabem o significado prático da palavra comida, refeições, lida (depois uma faustosa refeição) pelo Presidente da República, general João Lourenço, e subscrita também pelo Presidente do MPLA e pelo Titular do Poder Executivo.
Eis, na íntegra, a tese do general presidente: «Chegámos ao período do ano em que as famílias e amigos se reúnem, não só para comemorar, para festejar e repartir ofertas, mas também para se fazer uma análise retrospectiva do que foi o ano que termina e perspectivar o que o Novo Ano nos pode trazer de bom, na nossa vida pessoal, social, profissional e de negócios.
O ano de 2024 foi marcado por uma série de acontecimentos que nos moldaram como Nação e mostraram, mais uma vez, a nossa capacidade de enfrentar adversidades e de avançar com determinação.
Os nossos jovens estão a colocar o nosso desporto a um nível que desperta atenção e merece o reconhecimento do nosso continente e do mundo.
Todas as modalidades têm vindo a crescer, a produzir campeãs e campeões, que trazem já um respeitável número de taças e de medalhas das competições internacionais em que participam.
Ano após ano, temos vindo a fazer tudo para proporcionar ao povo angolano melhores condições de vida, no acesso a bens alimentares, à água potável, à energia eléctrica, à saúde, à habitação, ao ensino de base e superior e ao emprego.
A grande aposta do Executivo tem sido no desenvolvimento económico sustentável, reduzindo progressivamente a dependência do petróleo e aumentando o foco sobre a agricultura, em especial a familiar, o agro-negócio, a indústria, a inovação tecnológica e a criação de um ambiente de negócios competitivo e atractivo para o investimento estrangeiro.
Com reformas fiscais profundas e a promoção da diversificação económica, começámos a ver sinais claros de recuperação, tendo-se verificado que a agricultura, a indústria e a energia renovável mostraram-se como pilares fundamentais para o nosso desenvolvimento sustentável.
O nosso interesse, acima de tudo, é que essas acções contribuam, de facto, para a constante melhoria das condições de vida dos cidadãos, para a redução das desigualdades e a inclusão social, para a protecção dos mais frágeis e desfavorecidos, das crianças, das mulheres, dos velhos, dos doentes e incapacitados.
Por essa razão, o combate à pobreza, ao desemprego e à desigualdade social, continua a ser uma prioridade. O programa de inclusão social teve um impacto directo nas comunidades mais vulneráveis e diversas medidas foram adoptadas para melhorar o acesso à saúde, à educação e aos serviços básicos em todo o território nacional.
Para que todos estes propósitos tenham realização efectiva e duradoura, é indispensável a participação activa e cívica de todos os cidadãos, em especial da juventude, força e garantia do futuro, e das mulheres, que desde sempre tiveram e continuam a ganhar um acentuado protagonismo na nossa sociedade.
Esta data apela sobretudo ao renovar de esperanças e ao estreitar de laços entre todos os angolanos, no reforço da paz e da unidade nacional, duramente conquistadas.
Esperamos que, na medida do possível, todos possam celebrar esta data num clima de festa, de alegria, mas também de responsabilidade, evitando os excessos, pelo que apelo às Autoridades competentes que saibam manter a paz, a ordem, a segurança e a tranquilidade das famílias e das comunidades.
Dentro de dias entraremos em 2025, ano em que Angola e os angolanos comemoram os 50 anos da nossa Independência Nacional, acontecimento de importância relevante na nossa história de luta contra a colonização, a escravatura e a dominação estrangeira, na nossa história de construção de um país soberano, livre e independente.
Foi concebido um amplo programa de comemorações, que terá a participação de todos os angolanos, que compreende todo o tipo de actividades políticas, culturais, académicas, científicas, desportivas, religiosas, inaugurações, condecorações de cidadãos, que nesse período se distinguiram em vários domínios da vida nacional.
No quadro do quinquagésimo aniversário da Independência Nacional, nos próximos dias vou assinar o Decreto Presidencial que indulta um certo número de cidadãos condenados e que cumprem penas nos estabelecimentos prisionais, acto que voltará a acontecer ao longo do ano em datas a determinar.
Uma palavra de conforto aos doentes acamados, aos cidadãos que se encontram a cumprir penas nos estabelecimentos prisionais, aos médicos, enfermeiros e outros trabalhadores da saúde em serviço de turno, aos militares, polícias, bombeiros, tripulações e equipas da aviação e marinha, aos trabalhadores das sondas e outros que, por dever de ofício, estarão privados do convívio familiar.
Desejo a todo o povo angolano uma Quadra Festiva feliz e que o Novo Ano seja portador da realização de muitos sonhos adiados.»
Claramente angustiado pela situação de milhões de angolanos, o general João Lourenço “curtiu” as mágoas com uma ligeira refeição, talvez trufas pretas, caranguejos gigantes, cordeiro assado com cogumelos, bolbos de lírio de Inverno, supremos de galinha com espuma de raiz de beterraba e uma selecção de queijos acompanhados de mel e amêndoas caramelizadas, e umas garrafas de Château-Grillet 2005. Não terá também faltado caviar legítimo com champanhe, salmão fumado, bifes de vaca de Quioto e espargos brancos…