A UNITA solidarizou-se hoje com as centrais sindicais angolanas e trabalhadores da função pública, cujas reivindicações considerou “legítimas”, exigindo ao Governo um “diálogo construtivo e consensual” que permita “uma saída airosa” e evitar as consequências da greve.
Centrais sindicais e Governo tiveram hoje uma nova reunião que terminou sem acordo, estando convocada para 20 de Março uma greve geral que vai decorrer de forma interpolada.
Menos Estado, melhor Estado e mais cidadania, menos partidocracia são as ideias de força da declaração do Secretariado Executivo do Comité Permanente da Comissão Política da UNITA alusiva ao seu 58.º aniversário, comemorado a 13 de Março.
O maior partido da oposição que, a muito custo, o MPLA (no Poder há 49 anos) ainda permite, considera que a divisão político-administrativa do país, com aumento do número de províncias, “é um capcioso expediente de fuga às autarquias locais” e assume o compromisso de lutar contra a pobreza e corrupção.
Sobre o seu passivo histórico, após uma guerra civil de mais de 30 anos, a UNITA adianta que o actual Presidente, Adalberto da Costa Júnior, vai “presidir a um novo passo deste processo”, dando continuidade ao que foi assumido perante outros dirigentes que pediram desculpas ao povo angolano.
A UNITA diz que o partido nasceu num “espírito de unidade” e que os seus fundadores “são patriotas angolanos que pugnaram pela participação inclusiva de todos os angolanos no esforço da luta pela independência nacional”
E destacam que a UNITA, sob a liderança de Jonas Savimbi, morto em combate em 2002, contribuiu qualitativamente para a conquista da independência nacional do jugo colonial português, em 1975, e a institucionalização, em Angola, do Estado Democrático de Direito em 1991.
O comunicado faz também referência à liderança de Adalberto da Costa Júnior, destacando que a UNITA tem vivido “uma tremenda campanha de ódio da parte do regime”, levando inclusivamente à anulação do congresso com posterior reeleição.
Refere-se também que Adalberto da Costa Júnior levou à constituição da Frente Patriótica Unida, com outras forças políticas da oposição, tendo saído vencedora nas eleições de 2022. “Todavia, os órgãos de organização e arbitragem das eleições, CNE e o Tribunal Constitucional, negaram-lhe essa vitória”, argumentou.
COMUNICADO DA UNITA NO SEU 58º ANIVERSÁRIO
Hoje a UNITA comemorou a UNITA o seu 58º aniversário. «Nesta ocasião, rende a mais profunda homenagem, aos conjurados de Mwangai em 1966, na pessoa do Presidente Fundador, Dr. Jonas Malheiro Savimbi e a todos os nacionalistas, que deram o melhor de si pela pátria angolana.
1- Os Fundadores da UNITA são patriotas angolanos que pugnaram pela participação inclusiva de todos os angolanos no esforço da luta pela independência nacional. Para o efeito, o núcleo principal liderado por Jonas Malheiro Savimbi, uniu em sua volta, os núcleos: de Brazaville do Manifesto Amangola; de Lubumbashi; das diásporas, maioritariamente estudantes bolseiros, nos Estados Unidos e Europa; da Zâmbia e; do interior, principalmente professores e funcionários do CFB no corredor do Lobito ao Luau.
É neste espirito de unidade que nasce a União Nacional para Independência Total de Angola, cujo projecto fundacional contempla:
a) Liberdade e Independência Total para os Homens e para a Pátria-Mãe;
b) Democracia assegurada pelo voto do povo através de vários partidos políticos;
c) Soberania expressa e impregnada na vontade do povo de ter amigos e aliados primando sempre pelos interesses dos angolanos ;
d) Igualdade de todos os angolanos na pátria do seu nascimento;
e) Na busca de soluções económicas, priorizar o campo para beneficiar a cidade.
É por este projecto para Angola que a UNITA se bate há 58 anos.
Sob liderança do Dr. Savimbi, a UNITA contribuiu qualitativamente, entre outros feitos, para a conquista da Independência Nacional do Jugo colonial português em 1975, e a institucionalização, em Angola, do Estado Democrático de Direito em 1991.
O Dr. Savimbi rendeu a alma heroicamente aos 22 de fevereiro de 2002. Consciente do iminente fim dos seus dias deixou a seguinte orientação:
“Se para que haja paz é preciso que eu morra, então eu vou-me sacrificar. Depois da minha morte não façam mais guerra, negoceiem a paz..”.
Visionário e prevenido sobre a durabilidade histórica da UNITA, Jonas Malheiro Savimbi formou várias gerações de quadros políticos e técnico-profissionais desde 1974 até em 2002.
2- Sob liderança do então Secretário-Geral, General Lukamba Paulo Gato, enquanto Coordenador da Comissão de Gestão, a UNITA negociou e assinou o Memorando de Entendimento Complementar do Luena que é a base da paz militar actualmente vigente em Angola. Também, assinou a Acta de Compromisso, em Setembro de 2002, como mecanismo bilateral de concertação entre o Governo de Angola e a UNITA sobre os pendentes da paz. No plano interno, o General Lukamba Paulo Gato, unificou o partido , culminando com a realização do IX Congresso Ordinário.
3- Eleito democraticamente Presidente da UNITA, no IX Congresso Ordinário, o Dr. Isaías Henrique Ngola Samakuva foi decisivo: na manutenção da paz, apesar de todo o tipo de provocações, incluindo atentados e; na coesão do Partido. Foi firme em denunciar as fraudes dos pleitos eleitorais de 2008, 2012 e 2017, assim como não caucionou a aprovação, pela Assembleia Nacional da Constituição atípica de 2010, pela ausência dos Deputados da UNITA da Sala do Plenário no acto de votação da mesma. No plano diplomático, sob sua liderança a UNITA aderiu à IDC- Internacional Democrática do Centro.
4- Em 2019 a UNITA elegeu, para Presidente, no seu XIII Congresso Ordinário, o Engenheiro Adalberto da Costa Júnior. Desde então, a UNITA tem vivido, uma tremenda campanha de ódio da parte do regime que anulou, inclusive, o seu XIII Congresso Ordinário.
Este crime político-jurídico colocou à prova a substância da UNITA em termos: ideológicos, políticos, capacidade organizativa e a sua profundidade de implantação no seio da sociedade. Em resposta, em menos de cinquenta dias, a UNITA repetiu o seu XIII Congresso Ordinário, e a confiança reiterada ao Engenheiro Adalberto Costa Júnior em mais de 90 por cento de votos.
Sob liderança do Eng. Adalberto da Costa Júnior, a UNITA constituiu a FPU, Frente Patriótica Unida, composta pelo Bloco Democrático, pelo Projecto político PRAJA-Servir Angola e pela Sociedade Civil. A FPU, sob o estandarte da UNITA, venceu as eleições de 2022. Todavia, os órgãos de organização e arbitragem das eleições, CNE e o Tribunal Constitucional, negaram-lhe essa vitória.
Por esta ocasião, a UNITA reafirma a sua determinação de unir os seus esforços aos da sociedade angolana para a institucionalização das autarquias locais o mais brevemente possível. Pois os angolanos merecem:
– Menos estado, melhor estado e mais cidadania, menos partidocracia;
A propalada divisão político-administrativa é um capcioso expediente de fuga às autarquias locais.
Face à endémica crise económica que Angola vive e perante a pobreza que grassa no país, a UNITA assume, o compromisso de lutar com todos os angolanos para o efectivo combate à corrupção e o empoderamento das empresas e famílias com vista a erradicação da pobreza. Apenas desta forma a independência nacional terá conteúdo material real na vida de cada angolano.
O Secretariado Executivo do Comité Permanente da Comissão Política da UNITA, solidariza-se com as centrais sindicais em representação dos trabalhadores da função pública cujas reivindicações são legítimas e exige do Executivo que prime pelo diálogo construtivo e consensual de formas a encontrar uma saída airosa e evitar as consequências da anunciada greve.
O Secretariado Executivo do Comité Permanente da Comissão Política da UNITA exige do Executivo angolano a conclusão do processo de inserção dos ex-combatentes na Caixa de Segurança Social das FAA.
Como toda a organização humana a UNITA tem o seu passivo histórico, já assumido pelo Presidente Fundador, Dr. Jonas Malheiro Savimbi, em 2001 quando da XVI Conferência Anual. Os dirigentes que assumiram, sucessivamente, a liderança do Partido, nomeadamente, Lukamba Paulo Gato, enquanto Coordenador da Comissão de Gestão, Isaías Henrique Ngola Samakuva, enquanto Presidente da UNITA, após o passamento físico do Dr. Savimbi, pediram desculpas, ao Nobre Povo Angolano, por esse passivo.
O actual Presidente, Adalberto da Costa Júnior, dentro do nobre espirito que inspira a UNITA, preside um novo passo deste processo a partir deste 58° aniversário da Fundação do nosso Partido.
O Secretariado Executivo do Comité Permanente da Comissão Politica da UNITA encoraja o Presidente Engº Adalberto da Costa Júnior e exprime-lhe toda a sua solidariedade, garantindo-lhe toda a colaboração nesta e noutras iniciativas, em prol do bem do Partido e do Povo Angolano.»
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