As acções do BPI lideram as perdas no PSI20, Lisboa, ao recuarem mais de 6%, depois de ter divulgado um aumento da exposição indirecta ao Estado angolano e ao BNA e de ter assumido oficialmente interesse no Novo Banco (ex-BES).
P Pelas 12:16 de Lisboa, os títulos do BPI desvalorizavam-se 6,33% para os 1,17 euros, sendo os que mais caíam no principal índice da bolsa lisboeta, que à mesma hora perdia 1,12% para 4.739,95 pontos.
A exposição indirecta do BPI ao Estado angolano e ao Banco Nacional de Angola (BNA) vai passar a ser avaliada pelas regras comunitárias, ficando acima do limite dos grandes riscos a partir de 2015.
No comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o banco liderado por Fernando Ulrich explica que o Banco Central Europeu (BCE) “não acolheu favoravelmente” uma solicitação para a alteração do método de consolidação do Banco de Fomento Angola (BFA), instituição participada pelo grupo português.
Na origem deste pedido está o regulamento comunitário que obriga a que a exposição indirecta em kwanzas do BPI ao Estado angolano e ao BNA passem a ser objecto, para efeitos do cálculo dos rácios de capital do banco português, aos ponderadores de risco estabelecidos pelas regras europeias a partir de 01 de Janeiro de 2015.
Em causa, estão títulos de dívida pública detidos pelo BFA e ainda reservas mínimas de caixa e outros depósitos e reportes também do banco angolano, indica o BPI.
Actualmente, os ponderadores de risco aplicados neste caso são os da regulamentação angolana, o que se traduz num total de activos ponderados pelos riscos atribuíveis à exposição indirecta do banco BPI ao Estado angolano e ao BNA de 799 milhões de euros e de 437 milhões de euros, respectivamente.
Com a aplicação dos novos ponderadores, a partir de 2015, os riscos atribuíveis à exposição ao Estado angolano “aumentarão para 3.616 milhões de euros” e ao BNA “para 1.297 milhões de euros”, explica no comunicado à CMVM.
Uma vez que o BCE “não acolheu favoravelmente a solicitação”, o BPI aguarda que estabeleça uma data limite para a tomada pelo banco das medidas necessárias ao cumprimento do limite dos grandes riscos.
Também na terça-feira, o Banco BPI anunciou ao mercado que vai entregar uma manifestação de interesse à compra do Novo Banco.
Fernando Ulrich já havia revelado publicamente a intenção de analisar a compra do Novo Banco, cuja venda tem que estar fechada, no limite, até Agosto de 2016.
O Fundo de Resolução, que detém 100% do Novo Banco, deu no dia 04 de Dezembro o ‘tiro de partida’ para a venda do Novo Banco, a entidade de transição que resultou da intervenção pública no Banco Espírito Santo (BES), mas o negócio vai decorrer ao longo de quatro fases: manifestações de interesse, propostas não-vinculativas, propostas vinculativas e decisão final, estando a primeira já calendarizada para ser fechada até às 17:00 do último dia deste ano.