A desactivação da brigada de combate ao crime nas comunidades, “Turma do Apito”, pela DIIP (Direcção de Investigação de Ilícitos Penais) da Polícia Nacional está a enfurecer os moradores do Distrito Urbano do Sambizanga, no município de Luanda, que criticam a decisão e já prevêem o regresso dos altos índices de assaltos e assassinatos na zona.
Por Geraldo José Letras
A desactivação da brigada comunitária de combate ao crime no Distrito Urbano do Sambizanga, no município de Luanda, “Turma do Apito”, pela DIIP está a preocupar os moradores que já temem pelo crescimento dos índices de criminalidade marcado por assaltos à mão armada em residências, estabelecimentos comerciais e via pública, “conforme víamos até, pelo menos, 2011”.
Além da desactivação da “Turma do Apito” naquela zona, a Direcção de Investigação de Ilícitos Penais encerrou seis canforas e celas improvisadas, onde eram “detidos e agredidos com violência certos indivíduos quando sob custódia da famosa Turma do Apito”, fez saber o porta-voz daquele organismo da Polícia Nacional, intendente Quintino Ferreira, quando procedia ao balanço das operações efectuadas pela DIIP.
Para os moradores do Distrito Urbano do Sambizanga a decisão levanta preocupações, porque “é graças à Turma do Apito que Sambizanga se tornou uma zona onde dá para viver e investir, porque todos os gatunos além de identificados, eram facilmente apanhados com os bens roubados e reeducados”.
Há mais de 20 anos a viver no bairro Dimuca, Júlia Chilombo atira-se contra a DIIP que, segundo ela, “nunca conseguiu travar os assaltos e assassinatos de pessoas, até durante o dia, por esses miúdos que mandavam e desmandavam no Sambizanga. Aqui na Dimuca a polícia nem entrava, fugiam os gatunos que matavam até os agentes da Polícia Nacional”.
“O único grupo que livrou Sambizanga da criminalidade. Se este grupo acabar vamos morrer tipo mosquitos” atirou-se contra a decisão da Polícia Nacional a moradora Inês Fernandes.
“Quem defende a desactivação do grupo Turma do Apito no Sambizanga é gatuno”, disse o morador do bairro Os Ossos, António Costa.
Nesta segunda-feira, a população no Distrito Urbano do Sambizanga saiu às ruas para protestar contra a Polícia Nacional que decidiu pela desactivação da “Turma do Apito”
Em resposta, os responsáveis daquela brigada comunitária de combate ao crime desafia a Polícia Nacional e garante aos moradores que vai continuar o seu “trabalho de voluntariado na luta contra a delinquência e manter a tranquilidade da população do Sambizanga e não só”.
“Na sexta-feira, 1 de Dezembro, a Polícia Nacional invadiu as nossas cânforas. Vandalizaram tudo. Partiram, bateram, prenderam, levaram os nossos bens como telas, apitos, livros de ocorrências e outros documentos”.
“Graças o apoio da população tudo foi devolvido, os vigilantes soltos e voltamos as nossas actividades normais, a manter 24h/24h mais de 300 homens capacitados e fortes para manter a segurança e a tranquilidade no Sambizanga”, prometeram os responsáveis daquela organização comunitária sem fins lucrativos contra a decisão da Direcção de Investigação de Ilícitos Penais da Polícia Nacional na província de Luanda.
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