A Bolsa de Dívida e Valores de Angola (Bodiva) lançou hoje a Bolsa Social, uma iniciativa no montante de 430 milhões de kwanzas (495 mil euros) para beneficiar 1.250 famílias de Dombe Grande, província de Benguela. Se, como diz o Rei João Lourenço, o reino está já à porta do paraíso, haveria necessidade?
O projecto de Bolsa Social surgiu numa óptica completamente inovadora, assentando-se na ideia de investimentos em projectos económicos cujo retorno é medido pelo impacto na qualidade de vida das comunidades.
Por esta razão, os projectos financiados por via da Bolsa Social visam simultaneamente aumentar a renda das famílias e dirimir as dificuldades das comunidades, gerando um novo tipo de lucro, o lucro social.
Este projecto tem como principais objectivos: Consolidar o papel da BODIVA como referência de sustentabilidade social; Fomentar o empreendedorismo nas comunidades de forma a possibilitar a criação de um ambiente próspero; Disseminar uma nova filosofia de apoio social, focado na prosperidade e independência financeira dos beneficiários; Introduzir a figura de investidor social na agenda do no Mercado de Capitais Angolano e Combater a pobreza, criando oportunidades de negócios e ajudando no crescimento mais acelerado da actividade económica das comunidades.
Na apresentação da Bolsa Social, o presidente da Comissão Executiva da Bodiva, Walter Pacheco, realçou que o principal objectivo é, através da criação de oportunidades de negócios para as famílias das zonas rurais, combater a pobreza e que a iniciativa vai contribuir para a estabilidade financeira de muitas famílias.
Segundo Walter Pacheco, o projecto prevê uma renda mínima anual de 450 mil kwanzas (518 euros) por família, frisando que vai promover iniciativas em várias regiões do país.
“O objectivo é que o dinheiro que for alocado a estas famílias gere lucro e que este lucro volte a ser reinvestido pelas famílias. A lógica é que quanto mais as famílias trabalharem mais lucros elas vão ter”, disse Walter Pacheco, em declarações à imprensa.
A ministra das Finanças de Angola, Vera Daves de Sousa, destacou, na abertura do evento de lançamento da Bolsa Social da Bodiva, o impacto positivo que esta iniciativa vai ter na vida de muitas organizações e famílias.
Vera Daves de Sousa salientou que desta forma, a Bodiva proporciona uma plataforma onde investidores podem canalizar os seus recursos para projectos que visam gerar impacto social positivo, sem prejuízo das expectativas legítimas de poderem vir a obter retornos financeiros.
“A ideia por trás da Bolsa Social é alinhar o mundo dos investimentos com valores e objectivos sociais, é, portanto, uma abordagem mais ampla e menos convencional para o sucesso de projectos que auxiliam as famílias mais vulneráveis, criando condições para elas se auto-sustentarem”, frisou.
Para a ministra das Finanças, a Bolsa Social representa uma evolução na maneira de se entender o papel social das bolsas de valores e dos investimentos, promovendo um alinhamento entre o capital financeiro e a coesão social, para beneficiar não apenas os emitentes e os investidores, mas a sociedade como um todo.
Actualmente, compõe a carteira de projectos da Bolsa Social, o projecto de agricultura familiar da “SEIVA”, que apoia a comunidade da comuna do Dombe Grande, município de Baía Farta, província de Benguela, através do ensino de novas técnicas de plantio, criação de linhas de distribuição e concessão de sementes, para garantir o sustento das famílias e desenvolvimento da comuna.
A “missão” da Bodiva é promover o desenvolvimento do mercado regulamentado de valores mobiliários e derivados – e, desse modo, contribuir decisivamente para o financiamento sustentado da economia de Angola.
Ou seja, disponibilizar, gerir e coordenar as infra-estruturas físicas, tecnológicas e institucionais do Mercado Regulamentado de Valores Mobiliários e Derivados – Membros do Mercado, Contraparte Central e Central de Valores Mobiliários – necessárias, para que a negociação e a liquidação das transacções com valores mobiliários decorram sem falhas e com custos internacionalmente competitivos;
Promover a sã concorrência no Mercado Regulamentado de Valores Mobiliários e Derivados pela divulgação clara, rigorosa e tempestiva da informação indispensável para a tomada de decisões financeiras e pela elevação dos padrões de conhecimento que orientem a resposta às seguintes perguntas: Porquê investir? Como investir?;
Gerir os negócios com espírito empresarial de criação de valor por duas vias: A convergência de interesses entre emitentes e investidores; A competitividade no contexto das economias subsaarianas;
Trabalhar com profissionalismo e dedicação, através duma equipa com um elevado grau de envolvimento, responsabilidade e respeito pela diversidade.
Folha 8 com Lusa
[…] Source […]