As dificuldades no abastecimento de combustíveis ao leste de Angola continuam, após o desabamento de uma ponte, apesar de a Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola ter garantido o envio com sucesso de um primeiro carregamento por via-férrea.
E m causa está o recente desabamento de uma ponte sobre o rio Cacuilo, a 300 quilómetros de Saurimo, província da Lunda Sul, que está a impedir o envio de combustíveis por estrada, igualmente para as províncias da Lunda Norte e Moxico.
O director do Instituto de Estradas de Angola (INEA), António Resende, diz que já tiveram o início as obras de reparação da referida ponte.
Questionado sobre para quando o final das obras, António Resende adiantou apenas que existem dificuldades, sem avançar quais nem o tempo de duração da reabilitação da referida estrutura.
“O tráfego está a ser feito por um desvio, é lento, lógico, mas não há problema nenhum”, avançou o responsável, sem mais pormenores.
A Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (SONANGOL), em comunicado distribuído à imprensa garantiu que a primeira fase do processo alternativo de transporte de gasolina e gasóleo para o centro leste, por via-férrea, a partir das províncias de Benguela e do Huambo, foi concluída com sucesso.
O documento adiantava ainda que esta alternativa se devia ao desabamento da ponte sobre o rio Cacuilo, que continua a inviabilizar o transporte de combustível por estrada para aquelas regiões do país.
“Neste âmbito, quantidades substanciais de gasolina e gasóleo foram recentemente transportadas para o Luena, actividade que a SONANGOL pretende contínua, mesmo após a reparação da ponte”, sublinhava o documento.
A concessionária angolana reiterou que “não há razões para os consumidores recearem uma eventual ruptura de stocks de combustível no centro leste e leste de Angola”, garantindo haver condições para manter o processo alternativo.
Entretanto, relatos de populares na província do Moxico, transmitidos pela emissora local, davam conta que as bombas de abastecimento de combustíveis naquela província têm registado enormes filas de pessoas e carros.
Segundo os populares entrevistados, a falta de combustível está a provocar grandes constrangimentos, salientando que o litro de gasolina no Luena, capital do Moxico, está a ser vendido no mercado paralelo por mais de 300 kwanzas (2,3 euros) e, no município do Luau, pode ser comercializado por mais de 500 kwanzas (3,9 euros), quando o preço oficial é de 75 kwanzas (60 cêntimos de euro).
Angola é o segundo maior produtor de petróleo da África subsariana.