O general João Lourenço, Presidente angolano e do MPLA, bem como Titular do Poder Executivo, destacou hoje que o país (referia-se à sua re(i)pública) saiu em 2021 do período de recessão económica “em que esteve mergulhado desde 2016”, comprometendo-se a tudo fazer para que Angola não “interrompa este momento de crescimento económico”.
A mensagem de João Lourenço dirigida à Assembleia Nacional do MPLA, onde hoje supostamente se discutiu, na generalidade, o Orçamento Geral de Estado (OGE) para 2023, foi lida pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior.
As discussões para aprovação da proposta do OGE 2023 (conforme ordem superior baixada pelo general João Lourenço) ocuparam toda a manhã e metade da tarde, devido ao grande número de deputados que intervieram (uns julgando que Angola é uma democracia, outros para fingir que Angola é uma democracia) nos debates, tendo a sessão sido suspensa para ser retomada na segunda-feira.
Na sua mensagem, o general Presidente sublinhou que, nos últimos cinco anos, Angola alcançou êxitos importantes no que respeita à sua estabilidade macroeconómica e que o país passou a apresentar ‘superavits’ fiscais desde 2018, à excepção do ano 2020, devido à pandemia de Covid-19. Esta legítima constatação é, aliás, subscrita e corroborada pelos 20 milhões de angolanos pobres.
“A passagem de défices para ‘superavits’ fiscais tem influenciado positivamente a trajectória de diminuição da dívida pública, que passou de um rácio em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) de 133,8%, em 2020, para 82,9%, em 2021, estimando-se que em Dezembro de 2022 terá ficado em 56,1% abaixo do patamar de 60% definido pela Lei de Sustentabilidade das Finanças Públicas”, referiu João Lourenço.
O chefe de Estado (não nominalmente eleito e “eleito” como cabeça-de-lista do MPLA graças à fraude de duas das suas sucursais, CNE e Tribunal Constitucional) enumerou os pontos positivos alcançados na estabilidade da economia angolana nos últimos anos, nomeadamente a adopção de uma taxa de câmbio flexível por parte da autoridade monetária, que tornou o mercado cambial estabilizado e a funcionar normalmente, entre outras medidas.
Por modéstia, o general João Lourenço não referiu que todo este êxito, nomeadamente o de em Angola não haver pobres (se se excluir os pobres), a ele se deve.
“A taxa de inflação em Angola que, em 2016, chegou a atingir 41,12%, baixou para 16,9%, em 2019, e devido aos efeitos da pandemia da Covid-19 subiu, em 2021, para 27,03%. As previsões mais recentes, apontam para que o ano 2022 tenha fechado com uma taxa de inflação abaixo de 14%, isto é, uma taxa inferior à que tivemos no tempo anterior ao início da pandemia”, frisou.
“O mais importante de tudo é que, em 2021, o país saiu do período de recessão económica em que esteve mergulhado desde 2016 e Angola começou novamente a crescer. Faremos tudo que estará ao nosso alcance para que o país não interrompa este momento de crescimento económico que estamos a viver”, acrescentou.
Novamente por modéstia, o general João Lourenço não fez nenhuma referência ao facto de, em média, a primeira-dama e a Maria Zungueira terem duas refeições por dia. Em rigor, Ana Dias Lourenço tem quatro refeições por dia e a Maria Zungueira nenhuma. O que, em média, dá duas refeições a cada uma…
Segundo o Presidente, o fim da recessão é a chave para se resolver os problemas de desemprego do país e os vários problemas sociais. Trata-se, aliás, de uma constatação que já tem… 47 anos.
Depois de uma taxa de crescimento de 0,7%, em 2021, as estimativas para 2022 apontavam para uma taxa de crescimento de 2,7% para o ano passado e os dados mais recentes indicam que o ano terá fechado com uma taxa superior à prevista, ao redor dos 3%, informou o Presidente na sua mensagem.
De acordo com o general João Lourenço, quer em 2021 como em 2022, as taxas de crescimento do sector não petrolífero foram superiores às do c petrolífero, sublinhando que “Angola está a iniciar assim um novo paradigma de crescimento, que tem como base o sector não petrolífero puxado pelo empreendedorismo e pela criatividade do sector privado”.
Na apresentação da proposta do OGE 2023, a ministra das Finanças de Angola, Vera Daves de Sousa, disse que o documento foi feito com base no preço médio de barril de petróleo de 75 dólares por barril, uma produção diária petrolífera de 1.18 milhões de barris e uma taxa de inflação de 11,1%.
Vera Daves de Sousa avançou que a perspectiva é que a economia cresça 3,3%, influenciada pelo sector não petrolífero, para o qual perspectivam um crescimento de 3,42% e o sector petrolífero, onde se espera um crescimento de 2,98%.
A governante angolana sublinhou que a proposta do OGE 2023 apresenta uma receita total em torno de 20,1 biliões de kwanzas (38,3 mil milhões de euros), sendo 13,4 biliões de kwanzas (25,5 mil milhões de euros) receita fiscal e 6,6 biliões de kwanzas (12,5 mil milhões de euros) receita financeira.
Folha 8 com Lusa