A mega, híper, emblemática campanha emergencial de limpeza e recolha de resíduos sólidos na província de Luanda começa hoje, com o envolvimento de 12 empresas de construção civil e de efectivos das Forças Armadas Angolanas. Está tudo em prontidão combativa elevada…
Sob coordenação da Comissão Multisectorial (coisa nunca vista num país a sério mas, é claro, típica dos locais mal frequentados) criada pelo Presidente da República, com o inequívoco apoio do Presidente do MPLA e do Titular do Poder Executivo) a campanha, cujo objectivo é eliminar (ao estilo do que nos ensinou o herói nacional do MPLA no 27 de Maio de 1977) não os angolanos mas os focos de lixo acumulados nos vários municípios, contará ainda com a participação de operadoras com tradição na recolha de resíduos sólidos.
Esclarece a Angop que, desde Janeiro último, a recolha do lixo é feita de forma “intermitente”, o que originou grande acúmulo de resíduos sólidos em praticamente todos os municípios.
Desde então, vários bairros e várias ruas, incluindo das centralidades erguidas pelo Estado/MPLA, além de estradas e valas de drenagem ficaram tomadas pelo inimigo (o lixo) que, ao que parece, não conta com o apoio das forças imperialistas da África do Sul e da UNITA.
O Governo Provincial de Luanda (GPL), que desde sempre não sabe qual é a diferença entre a casa do fundo e o fundo da casa, tem vindo a promover campanhas de limpeza (em linguagem do MPLA significa varrer o lixo para debaixo do tapete… do vizinho), com a participação da sociedade civil, para minimizar os estragos, até que as novas operadoras consigam, queiram e seja pagas para devolver a ancestral imagem da capital do país, onde de estima habitarem mais de sete milhões de pessoas.
O problema do lixo em Luanda começou a agudizar-se em Janeiro de 2021, depois que o Governo provincial (do MPLA, como acontece há 45 anos) suspendeu os contratos com as operadoras de limpeza. Na base da medida esteve a incapacidade (incompetência) das autoridades locais de continuarem a pagar as operadoras em moeda estrangeira e ao câmbio do dia, como estipulavam os contratos celebrados em 2016.
Dados disponíveis indicam que até Novembro de 2020, a dívida do Governo de Luanda para com as operadoras ascendia a mais de 200 mil milhões de kwanzas.
Até Janeiro de 2021, o processo de recolha de resíduos sólidos em Luanda era da responsabilidade das empresas Queiroz Galvão, no município de Luanda, Vista Weste, municípios do Talatona e Belas, Nova Ambiental, em Viana, Rota Ambiental, em Cacuaco, Elisal, Cazenga, e Sã Ambiente, em Icolo e Bengo e Quiçama.
Para substituir as empresas, foi lançado um concurso público na sequência do Despacho Presidencial de 23 de Fevereiro, que autoriza a despesa e formaliza a abertura do procedimento de contratação emergencial no valor de KZ 34 mil milhões, 885 milhões, 662 mil e 22 para serviços de limpeza e recolha de resíduos sólidos.
O processo para a contratação de novas operadoras, que se iniciou a 24 de Fevereiro de 2021, teve a participação de 69 empresas, 39 das quais cumpriram com os requisitos. Destas, sete foram apuradas.
No âmbito do concurso público, o GPL apurou sete operadoras para a limpeza da capital país: Empresa de Limpeza e Saneamento de Luanda (ELISAL-EP), indicada para os municípios de Luanda e Cazenga, ER-Sol (Icolo e Bengo), Sambiente (Quiçama e Viana), Multilimpeza (Cacuaco), Jump Business (Belas) e Chay Chay ( Kilamba Kiaxi), assim como o Consórcio Dassala/Envirobac (Talatona).
A província de Luanda produz, diariamente, pelo menos seis mil 800 toneladas de resíduos sólidos, que eram recolhidos, até 2020, por seis operadoras.
Graças à heróica presença das FAA, o lixo está a bater em retirada. As Forças Armadas Angolanas estão preparadas para cumprir derrotar qualquer incursão de lixo, sendo este um inimigo que deve ser abatido. E o lixo não tem dúvidas de que os soldados às ordens do Chefe do Estado-Maior General das FAA, Egídio de Sousa Santos “Disciplina” não brincam em serviço.
Recorde-se também que os militares contam com a capacidade combativa de Bento Bento, membro do Bureau Político do Comité Central do MPLA, eleito primeiro secretário do comité provincial de Luanda do partido, na sétima Conferência Provincial Extraordinária, com 98.6% dos votos (pouco menos de José Eduardo dos Santos que foi eleito com 99.6%).
O plano da “operação emergência” foi apresentado em conferência de imprensa pela ministra de Estado para a Área Social, Carolina Cerqueira, que explicou que a comissão multissectorial (que, na verdade, serviu para mostrar a manifesta e crónica incompetência dos diferentes governadores provinciais do MPLA), foi criada para apoiar o governo de Luanda “visa auxiliar a resolver os problemas inerentes à acumulação recolha e tratamento do lixo, a fim de se evitarem males maiores relacionados com a saúde publica e degradação do ambiente”.