O ministro da Saúde de Angola, José Van-Dúnem, descartou hoje em Luanda a existência de casos de ‘legionella’ no país, um surto que já matou cinco pessoas e infectou quase 300 em Portugal.
Segundo o governante, o sistema de vigilância epidemiológica angolano não acusou nenhum caso de ‘legionella’, conforme anunciaram na terça-feira as autoridades portuguesas, na sequência do surto em Vila Franca de Xira, referindo-se a um doente internado em Luanda.
“Sendo a ‘legionella’ uma doença que afecta a capacidade respiratória não é esperado que uma pessoa com ‘legionella’ fique na sua casa e, portanto, deveria procurar uma unidade sanitária”, referiu o ministro, para sustentar a ausência de qualquer notificação.
O ministro da Saúde de Angola apelou ainda à colaboração das pessoas na informação sobre algum caso suspeito.
Contactada na terça-feira em Luanda, a Directora Nacional de Saúde Pública de Angola, Adelaide de Carvalho, afirmou desconhecer qualquer caso de infecção por ‘legionella’ no país, acrescentando que a sua notificação, pelas unidades de saúde, “em princípio” é obrigatória.
“Não tenho, neste momento, qualquer informação sobre isso”, disse.
A ‘legionella’, que provoca pneumonias graves e pode ser mortal, foi detectada na sexta-feira, dia 07, no concelho de Vila Franca de Xira, tendo provocado até terça-feira 278 casos de infecção e cinco mortes.
O ministro do Ambiente português anunciou uma acção inspectiva extraordinária à empresa Adubos de Portugal, em Vila Franca de Xira, que teve lugar na terça-feira, para averiguar um eventual crime ambiental “por libertação de microrganismos para o meio ambiente”.
A Direcção Geral de Saúde de Portugal esclareceu que as investigações para determinar a fonte de contaminação decorrem “em estreita colaboração entre os ministérios da Saúde e do Ambiente”.
A Doença do Legionário transmite-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada (aerossóis) de dimensões tão pequenas que transportam a bactéria para os pulmões, depositando-a nos alvéolos pulmonares.