A tragicomédia “emepeliana” não irá tão rapidamente chegar ao seu epílogo. A bazófia demagógica encontra bastante dificuldade em modernizar-se, em ser mais construtiva e eficiente na concretização de resultados mais moralizadores para o combate à injustiça social, que o MPLA implantou e espalhou pelo país inteiro. As promessas falaciosas das últimas quase cinco décadas continuam a ser recicladas para “perfumar” os discursos oficiais, narcisistas, matumbos e estéreis.
Por Domingos Kambunji
A comunicação social oficial, contratada e assimilada pelo MPLA, não se cansa de repetir o que já foi dito anteriormente, numa ecolalia característica de quem anda no beija-mão para poder garantir a alimentação com pirão. O conduto está dependente do cargo mais ou menos destacado que os bocas e cérebros de aluguer ocupam na hierarquia desses órgãos de propaganda e formatação mental, anedótica e patética, dos angolanos.
A banha da cobra recentemente aventada foi a gabarolice informando que a visita do Secretário de Estado dos Estados Unidos da América, Mike Pompeo, foi um marco importante nas relações entre os dois países para o estabelecimento de parcerias de cooperação.
Não foi por falta de muitíssimas parcerias de cooperação que o nosso país, de acordo com o Legatum Institute, em prosperidade, baixou do lugar 141, a nível mundial, para a posição 156, entre os países mais atrasados do mundo. Angola está 12 lugares abaixo da Nigéria, país que foi recentemente “excomungado” por Donald Trump, colocado na lista dos países proibidos de fazerem parte do universo que permite a emigração legal para os Estados Unidos.
A comunidade nigeriana nos Estados Unidos possui habilitações académicas e profissionais, em percentagem, muito superiores às dos cidadãos norte-americanos, ocupa posições de destaque em empresas e serviços, contribui com muitos biliões de dólares de impostos para a economia dos Estados Unidos e investe muitos biliões de dólares para o desenvolvimento da Nigéria.
Os “emigrantes” angolanos, pelo que dizem os órgãos da comunicação social parasitados pelo MPLA, são especialistas a sacar kumbu em Angola e a escondê-lo no estrangeiro e a viajarem para o estrangeiro para, como novos-ricos, ostentarem a megalomania acumulada e levedada durante o período da “acumulação parasitária de riqueza”.
A comunicação social ao serviço da propaganda do MPLA disse que “Donald Trump não só releva as relações políticas, diplomáticas, económicas e comerciais como também encara Angola como um parceiro com grandes potencialidades para o estabelecimento de parcerias económicas duradouras”. Este engodo engana apenas os distraídos e os conformados.
Donald Trump é um cata-vento ferrugento da estrada da Corimba, em Luanda, que revela demasiada instabilidade nos humores, emoções e relações inter-pessoais e entre países. Um frustrado candidato a ditador que ambiciona ser Rei Absoluto dos Estados Unidos e arredores.
Convidamos os nossos leitores a “googlar” a lista de personalidades de elevado valor ético, moral e profissional que abandonaram a governação de Donald Trump, por desentendimento com este kangamba dos Estados Unidos. Donald Trump é o especialista em bancarrotas para benefício pessoal, o autor de mais de 15 mil mentiras em discursos públicos, só nos últimos três anos como presidente.
Barack Obama, nos últimos três anos de mandato, criou 8.1 milhões de empregos nos Estados Unidos, de um total de cerca de 16 milhões de empregos que conseguiu criar nos dois mandatos como presidente, depois de ter retirado o país da recessão económica. Donald Trump, herdando uma economia em crescimento, desenvolvida por Barack Obama, criou 6.1 milhões de empregos nos Estados Unidos nos últimos 3 anos.
Onde estão os 500 mil empregos prometidos pelo João Lourenço durante a campanha eleitoral?
Os discursos de Barack Obama contra a corrupção e as ditaduras em África foram censurados e proibidos em Angola. Donald Trump é um Messias para os dirigentes e os órgãos oficiais de informação e propaganda do MPLA, apesar das barracadas, demasiadamente frequentes, protagonizadas pelo actual presidente norte-americano.
Michael Bloomberg, o multi-bilionário dos Estados Unidos, que não acumulou fortuna através da “acumulação parasitária de riqueza”, candidato a presidente dos Estados Unidos pelo Partido Democrata, destaca Trump por “ser rico em hipocrisia, um falhado nos negócios beneficiando de bancarrotas para enriquecer e ser conhecido, em Nova Iorque, como o palhaço que representa o papel de Rei”.
Barack Obama tem entre os seus ídolos Nelson Mandela e Gandi. Os ídolos de Donald Trump são Valdimir Putin, o príncipe ditador da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, o ditador das Filipinas, Rodrigo Duterte, o ditador da Coreia do Norte Kim Jong-un, o ditador da Turquia, Tayyp Erdogan…
Anteriormente, os discursos de Brack Obama sobre democracia, combate à corrupção e melhorias da economia e das condições sociais nos países africanos eram considerados pelo MPLA como “um enorme perigo para a segurança do Estado”. Donald Trump é considerado pelo MPLA como um profeta, um messias?!…
Donald Trump tem, de facto, muito jeito para negociar com os dirigentes do MPLA. Foi contratado pelos dirigentes do MPLA para realizar o concurso de Misse Universo em Luanda. Foi remunerado por esse serviço “patriótico” com muitos milhões de dólares que “repatriou” para a sua conta bancária nos Estados Unidos.
Os bocas e cérebros de aluguer da comunicação social do MPLA dizem que o país regrediu, especialmente nos últimos 20 anos. Os factos demonstram que o país regrediu desde o tempo em que o MPLA iniciou uma guerra civil para impor uma ditadura marxista-leninista, lutando contra o “Imperialismo Capitalista Internacional dos Estados Unidos”.
Nos últimos três anos o país regrediu mas não para todos. Os dirigentes do MPLA continuam bem na vida, anafados, ostentando a “acumulação parasitária de riqueza” amealhada durante o período da roubalheira, em dólares ou euros. O país regrediu para os pobres, que assistiram à desvalorização cavalgante do kwanza, ao aumento da inflação e ao decréscimo muitíssimo acentuado dos seus salários reais.
Angola não regrediu para os dirigentes do MPLA que organizam cerimónias faraónicas, hiper-dispendiosas, para casarem as filhas, numa competição entre eles para tentarem ocupar as posições cimeiras no jet-set dos que enriqueceram através do peculato, vulgarmente designado por gamanço.