Nós nunca tivemos problemas de “ralações” bilaterais, com os portugueses, os angolanos ou com outros “eses” e “anos”, para termos necessidade de apaziguar e mudar comportamentos e atitudes. Também temos a certeza de que os angolanos e os portugueses de bom senso não tiveram problemas de “ralações” depois de reconhecida a dependência de Angola do MPLA, sem reconhecerem os cambalachos.
Por Domingos Kambunji
O que sabemos é que, muito recentemente, os que pensam ser donos das mentalidades, manipuladores de opiniões, em Angola e em Portugal, envolveram-se em grandes makas, especialmente devido a um caso de corrupção, branqueamento de dinheiro e falsificação de documentos de um ser parasitário das receitas do estado angolano, grande capanga do cabritismo.
O bom senso diz que os dirigentes de ambos os países deveriam cooperar para meterem no “kuzu” esse e outros capangas do Zédu. Não é isso que está a acontecer e o tal combate à corrupção continua a ser ficção.
Os capangas angolanos do sistema ficaram muito felizes quando viram Portugal e ajoelhar-se e a reconhecer a imunidade cleptocrática de alguns “marimbondos” do MPLA, especialmente do que foi vice-presidente.
É por isso que quando ouvimos dizer que as “ralações” entre os dois países foram normalizadas nós afirmamos, alto e em bom som, que as “comadres e os compadres” da demagogia entenderam-se e dizem que agora vão cooperar para o bem-estar e a harmonia entre os dois povos.
Esse discurso foi plagiado dos discursos do Zédu, quando visitou Portugal ou quando os portugueses lhe foram prestar vassalagem, em Angola. Não é uma normalização das “ralações” entre angolanos e portugueses mas sim um desamuo entre “marimbondos & vespas” das oligarquias políticas que dominam o poder nos dois países.
Um daqueles “jurnalistas intiligentis”, licenciado em Educação Patriótica Patética do MPLA, perguntou ao presidente de Portugal se não sentia remorsos por este país ser responsável pela escravatura e o colonialismo. O presidente de Portugal não tem que pedir desculpa por algo de que não é responsável. Por essa ordem de ideias também deveria pedir desculpa pelo regime feudal, pela inquisição, pelo salazarismo, etc.. Ao mesmo tempo os dirigentes africanos actuais deveriam ter de pedir desculpa por os “líderes” tribais de África se terem dedicado à captura e comércio de escravos.
O MPLA já pediu desculpa por ter iniciado uma guerra civil para combater uma ideologia política que defende agora? O MPLA já pediu desculpa pelos fuzilamentos do 27 de Maio de 1977 e pela ditadura que conduziu à miséria muitos milhões de angolanos?
Não! O MPLA não teve tempo para pedir desculpa porque anda muito ocupado e preocupado com as comemorações da famosa batalha do “Coito-Carnaval”.
Os factos mostram que, apesar de muitos constrangimentos, nos últimos 40 anos, Portugal desenvolveu-se muito e apresenta muitos avanços como, por exemplo na saúde e na educação. Portugal está entre os países com menor mortalidade infantil. Angola está entre os piores países em mortalidade infantil!…
Enquanto muitos países apostaram no desenvolvimento e aperfeiçoamento da democracia, para a melhoria do bem-estar das populações, a Re(i)pública da Angola do MPLA apostou numa guerra civil fratricida para impor uma ditadura. O MPLA ganhou a guerra civil porque conseguiu matar muito mais, e depois mudou de ideologia, para impor o capitalismo selvagem da roubalheira, que designa por “acumulação primária de riqueza”.
Se os dirigentes do MPLA não tivessem roubado tanta o nosso país não estaria classificado entre os mais atrasados do mundo.
As notícias multiplicam-se, em progressão geométrica, sobre as consequências dos enjoos das “marimbondas” Isabel dos Santos, Tchizé, Zenu… A verdade é só uma: Se João Lourenço pretende combater a corrupção deveria ter aproveitado para meter na prisão os que participaram e protegeram o José Eduardo dos Santos quando ele se apresentou na conferência de imprensa a dizer que deixou 15 biliões nos cofres do Estado. Os grandes ladrões continuam a gozar de imunidade cleptocrática.
Num artigo recentemente publicado, o investigador Eugénio Costa Almeida diz que “o mais alto representante nacional procurará estabelecer linhas de convivência futura entre Angola e Portugal, visando a satisfação dos mútuos interesses políticos, sociais”… É bom que se olhe o para o futuro promovendo sinergias.
Ao mesmo tempo, em Angola, é bom que se olhe para o presente e se responsabilizem os autores da rebaldaria implantada nas últimas quatro décadas. Seria de grande importância, para a valorização das diversas instituições, que se investigasse as actuações das aves de rapina, os Santos e os Generais, e que se exonerassem muitos dos jornalistas boçais dos órgãos de comunicação oficiais!
Estas acções contribuiriam grandemente para a diminuição e melhoria das “ralações” entre angolanos.
Não fomos nós que atribuímos o diploma de distinção como presidente emérito, membro honorário do comité central e militante distinto do MPLA a José Eduardo dos Santos. Foi João Lourenço! Será que o “jurnalista intiligenti” já perguntou ao Presidente de Angola se sente remorsos por tal homenagem?
O nosso amigo Ernesto Lara Filho, poeta angolano, atirava pedradas aos marimbondos. O MPLA protege-os, oferecendo-lhes imunidade cleptocrática!