ANGOLA. Os mais de 2.000 professores da província do Huambo com salário suspenso decidiram avançar para uma greve interpolada a 30 e 31 de maio e a 14 e 15 de Junho, em protesto contra a medida do Ministério das Finanças.
A posição hoje divulgada foi assumida após uma assembleia-geral realizada com os docentes, convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Educação, Cultura e Comunicação Social daquela província do centro de Angola.
“Quem somos nós para adulterar documentos ou a folha de salário do Ministério das Finanças para introduzir funcionários fantasmas? Estamos excluídos da folha de salários e estamos a viver situações dramáticas. Isso não é justo”, disse na ocasião a professora Laurinda Bento.
O Ministério das Finanças de Angola decidiu suspender, em Abril, os salários de mais de 64.000 funcionários públicos por alegada dupla “efectividade e falta de documentos”, medida que tem sido contestada nos mais variados sectores da função pública, afectando sobretudo a educação.
No caso da província do Huambo, estão sem salários 2.080 professores.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação, Cultura e Comunicação Social no Huambo, Adriano dos Santos, sublinhou que a greve será interpolada em solidariedade com os professores afectados pela medida do Ministério das Finanças.
“Vamos avançar para esta greve e a mesma será interpolada porque é uma greve solidária, daí que apelo aos colegas para sensibilizarem os que estão bem em prol da solidariedade que deve prevalecer”, disse.
Por sua vez, o chefe do departamento dos recursos humanos da Direcção Provincial da Educação do Huambo, Tiago Cangombe, lembrou que medida da suspensão é do Ministério das Finanças, assegurando que o processo de actualização dos professores foi já remetido aquele órgão.
“Queremos aqui dizer que os presentes nesta sala não são fantasmas, aliás, porque existem. Trabalhamos na localização dos seus processos individuais e este processo já foi remetido ao Ministério das Finanças. O mesmo Ministério que suspendeu os agentes é o mesmo que terá de reactivar”, sustentou.
Lusa