ANGOLA. A agência de notação financeira Moody’s avisa que, durante o período de avaliação da inclinação para a descida do rating, vai “considerar a capacidade do Governo cumprir com os seus planos de consolidação orçamental e avaliar os riscos de créditos e as vantagens colocadas pela flexibilização da taxa de câmbio”
A agência de notação financeira Moody’s colocou esta quinta-feira o rating de Angola sob revisão para descida devido à degradação da balança de pagamentos e ao aumento das necessidades de financiamento resultantes da assumpção da dívida da Sonangol.
“A decisão de colocar o rating em revisão para a descida foi desencadeada pela deterioração da balança de pagamentos do Governo e o aumento das necessidades de financiamento, comparadas com as expectativas da Moody’s em outubro de 2017, quando o rating de Angola foi descido para B2”, lê-se na nota que acompanha o anúncio.
O aumento das necessidades de financiamento de Angola é motivado “pela assumpção pelo Governo da dívida da companhia nacional de petróleo [Sonangol], reconhecimento significativo de atrasos nos pagamentos e a forte deterioração da moeda nacional no seguimento da introdução de uma taxa de câmbio mais flexível”, acrescenta-se na nota.
A agência de notação financeira, que em Outubro do ano passado afundou ainda mais o rating de Angola em território de não recomendação de investimento, ou ‘lixo’, como é geralmente conhecido, diz ainda que o período de revisão do rating “vai permitir uma avaliação da capacidade e da vontade do Governo para lidar com o aumento do peso da dívida e gerir o maior risco de liquidez que Angola enfrenta”.
A Moody’s avisa ainda que, durante o período de avaliação da inclinação para a descida do rating, vai “considerar a capacidade do Governo cumprir com os seus planos de consolidação orçamental e avaliar os riscos de créditos e as vantagens colocadas pela flexibilização da taxa de câmbio”.
Por outro lado, concluem os analistas, “o período de revisão vai também permitir à Moody’s explorar as implicações potenciais da reestruturação da dívida proposta aos investidores privados”.
Lusa