EDUCAÇÃO. Pelo menos 90% dos são-tomenses com mais de 15 anos sabem ler e escrever, a melhor taxa entre os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), indica o Programa de Alfabetização de Jovens e Adultos (PAJA) são-tomense.
O Governo de São Tomé e Príncipe prevê erradicar o analfabetismo no país até 2022, mas em 1975 tinha uma taxa de analfabetismo estimada em pouco mais de 80% da população.
“Depois da independência, houve uma grande campanha para a redução do analfabetismo, principalmente nos jovens e adultos, começou-se a trabalhar e em 1990 reduziu-se a taxa para 50%”, explica a directora do Programa de Alfabetização de Jovens e Adultos, Helena Bonfim.
Segundo a directora desta instituição, esse programa foi suspenso “quando se mudou o regime” de partido único para a democracia multipartidária.
Em 2001, no âmbito da cooperação brasileira, iniciou-se a implementação de um novo programa para a erradicação do analfabetismo que durante dez anos ministrava 110 turmas por ano.
“Conseguimos alfabetizar mais de 20 mil jovens e adultos”, explica Helena Bonfim, que falava por ocasião do dia mundial da alfabetização, assinalado ontem.
O projecto da cooperação brasileira nesse domínio terminou dez anos depois e em 2012 foi criado o Programa de Alfabetização de Jovens e Adultos, com financiamento do Estado são-tomense, que tem por meta erradicar o analfabetismo em 2022.
As comunidades rurais e piscatórias continuam a ser as que ainda apresentam maior taxa de analfabetismo do país, sendo o sexo feminino o mais afectado, particularmente nas zonas sul e norte da ilha de São Tomé.
“Essas pessoas não gostam muito de ir para as escolas, principalmente depois que terminou o programa com a cooperação brasileira” no âmbito do qual se dava “uma pequena compensação” em géneros alimentícios, designadamente em arroz, feijão e óleo alimentar.
Mesmo assim Helena Bonfim considera que o programa de alfabetização de jovens e adultos “tem tido bons resultados”, lembrando a importância de saber ler e escrever.
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