Há 27 anos a promover os sons africanos nas ondas das rádios albicastrenses (Castelo Branco – Portugal), Rosabeth Miguel, natural de Lobito diz-se tão motivado como no primeiro dia. São os encantos de Angola a correr mundo.
Por José Júlio Cruz (*)
Rosabeth Miguel nasceu em Angola há 49 anos e reside em Castelo Branco há 35. É um apaixonado pelos ritmos africanos e, por isso, de há 27 anos a esta parte, faz questão de manter nas rádios da cidade o seu programa Ilhas Bravas, divulgando precisamente os ritmos musicais do continente que o viu nascer.
Actualmente na Rádio Castelo Branco das 14H00 às 15H00 de todos os sábados, o programa celebra o seu 27º aniversário no primeiro dia de 2017. Como animador do mesmo desde a primeira hora, Rosabeth Miguel diz-se “satisfeito pelo percurso efectuado até ao momento” e considera que “hoje em dia as pessoas já olham de uma forma diferente para a música africana daquela que olhavam quando tudo isto começou”.
“Quando comecei, na altura na Rádio Urbana, o programa de divulgação de música africana não tinha este nome, que, no entanto, foi definitivamente adoptado mais tarde, já na Rádio Beira Interior”, lembra o seu responsável, recordando também com saudade e boa disposição que “felizmente conheci todas as rádios em Castelo Branco, já que também estive na Rádio Juventude”.
Natural de Lobito (Angola), Rosabeth Miguel refere que sempre gostou muito de música e de rádio. “Deve ser de família, porque tenho até um primo que na minha cidade natal é actualmente o director da Rádio Lobito”, frisa com satisfação.
No dia-a-dia, procura manter-se informado e actualizado sobre a música africana e reconhece que nos dias que correm “é tudo muito mais fácil”. “Difícil era quando comecei, fartava-me de ir a Lisboa à procura de cassetes com novidades”, explica, acrescentando que “hoje os músicos africanos já se afirmam na Europa com outra facilidade e isso faz com que esteja bem mais facilitado também o acesso aos diferentes trabalhos e tendências dos diferentes países”.
Cabo Verde e Angola são, talvez, os países de onde chegam actualmente mais músicas e artistas a estas Ilhas Bravas do locutor africano, mas ele próprio sublinha que procura “estar bastante atento àquilo que se produz noutras paragens, sejam elas provenientes de países de língua oficial portuguesa ou não, já que a música é uma linguagem universal e nesse sentido não passo só música cantada em português”.
O entusiasmo, garante, “é o mesmo desde o primeiro dia, quem corre por gosto não cansa, e, por isso, continuo a fazer o programa com o mesmo gosto e a energia do dia em que iniciei, podendo dizer com orgulho que, provavelmente, se trata do programa mais antigo a passar nas rádios em Castelo Branco”. Kizomba, semba, tarrachinha, funaná, mornas e coladeiras, são apenas alguns dos muitos ritmos africanos que entram na elaboração destas Ilhas Bravas que Rosabeth Miguel promete continuar a editar semanalmente.
(*) http://www.reconquista.pt