EMPRESAS PORTUGUESAS AFASTAM-SE DE ANGOLA

PORTUGAL. O número de empresas que vende para Angola caiu quase 22% entre 2014 e 2015. E o número de empresas que apenas exporta para o mercado angolano encolheu em mais de 1.100.

Por Ana Suspiro/Observador

O número de empresas portuguesas que exporta para Angola caiu quase 22% num ano. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), entre 2014 e 2015 cerca de 2.230 empresas deixaram de vender para o mercado angolano, cujas compras ao exterior foram muito afectadas pela crise económica e escassez de divisas. Em 2015, o valor das exportações caiu mil milhões, o que representa um recuo de 35%, face a 2014.

O INE analisa a exposição das empresas exportadoras aos mercados onde se registou uma maior redução nas vendas no primeiro semestre deste ano: Angola, China e Estados Unidos, usando os dados relativos a 2015.

As quedas mais expressivas foram as verificadas no mercado angolano. Se olharmos apenas para as exportadoras que vendiam exclusivamente para Angola, o número de empresas que tinha relações com aquele mercado encolheu 26%, o que representa menos 1141 sociedades. Ou seja, se estas empresas não passaram entretanto a vender para outros mercados, deixaram de ser exportadoras por causa da queda do mercado angolano.

Segundo o INE, estes números evidenciam “claramente uma elevada exposição das empresas portuguesas em relação ao mercado angolano. Em 2015, 40,5% das empresas que exportaram bens para Angola apenas exportaram para esse país (o peso é de 26,5% no valor exportado) e 62,8% das empresas destinaram pelo menos 50% das suas exportações a esse mercado (71,4% no valor exportado)”.

Apesar desta elevada concentração, o INE destaca uma redução do grau de exposição das empresas a Angola, mas realça que essa evolução corresponde já a uma diminuição “significativa” do valor das exportações para este mercado em 2015. Por outro lado, assinala, a alta exposição a Angola, nos casos em que este destino representa pelo menos 50% das exportações, afecta principalmente empresas de dimensão reduzida, sobretudo ao nível do pessoal: cerca de 65% tinham menos de 10 pessoas ao serviço no ano passado.

O destaque do INE que analisa o comércio internacional por tipo de empresas conclui ainda que cerca de 70% das empresas exportadoras vende apenas para um mercado. A percentagem nas empresas importadoras é de 87%. Outra conclusão revela também que as 100 maiores empresas são responsáveis por quase 44% das exportações.

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