EM CABINDA NÃO HÁ FUMO SEM FOGO

ANGOLA. Ao acordarem esta semana que vão passar a trocar informações para travar ataques ou acções de desestabilização a partir da fronteira com o país vizinho, no enclave de Cabinda, as chefias militares de Angola e da República do Congo acabam a dar razão à FLEC.

O entendimento foi assumido entre os chefes do Estado-Maior das Forças Armadas dos dois países, que iniciaram reuniões, na segunda-feira, em Luanda, com esse propósito.

“Se tivermos melhor informação, podemos prevenir melhor as situações indesejadas”, disse o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas Angolanas (FAA), general Geraldo Sachipengo Nunda.

Angola e República do Congo partilham fronteira terrestre apenas no norte de Cabinda, território onde é conhecida a presença de movimentos independentistas, como a FLEC, Frente de Libertação do Estado de Cabinda, que reclama a autonomia daquele enclave.

“Se houver uma informação que seja útil para um ou outro lado, vamos trocar essas informações, para prevenirmos questões desagradáveis. Não tem havido, nós estamos na fase da estabilização absoluta da província de Cabinda”, afirmou – repetindo até à exaustão a versão oficial que já dura há décadas -o general Nunda, depois de se reunir com homólogo da República do Congo, Guy Okoi.

“Nós queremos que nenhum dos lados [da fronteira] seja utilizado para realizar uma acção indevida contra o outro lado. Este é o nosso interesse maior”, disse ainda o chefe do Estado-Maior das FAA.

O chefe do Estado-Maior das Forçadas Armadas da República do Congo assumiu a preocupação daquele país com acções terroristas, justificando desta forma o entendimento com Angola.

Guy Okoi admitiu a necessidade de as duas partes se encontrarem “com regularidade” para sanarem “algumas inquietudes” que vão surgindo na fronteira.

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