O ministro das Relações Exteriores de Angola, Georges Chikoti, defende que os angolanos devem estar “orgulhosos” pelos 40 anos de independência do país, mas ainda precisam de trabalhar “muito mais” para a construção de uma nação firme.
B em nos queria parecer. Temos de trabalhar “muito mais” para, a fazer fé no que se passou nestes 40 anos, continuar a alimentar os poucos que têm muitos milhões. Aliás, reconhecemos, é para isso mesmo que existem os escravos…
Georges Chikoti comentava, em declarações à agência Lusa, a passagem dos 40 anos da independência de Angola do colonialismo português, a comemorar-se no próximo dia 11 de Novembro.
O ministro realçou que Angola viveu nestas quatro décadas períodos difíceis, de uma guerra “muito longa, que ceifou várias vidas e também destruiu muitos bens e muita propriedade”. A guerra foi de facto muito longa, mas paz já dura há 13 anos.
A liderança do Presidente José Eduardo dos Santos (há 36 anos no poder sem nunca ter sido nominalmente eleito), enfatizou Georges Chikoti, permitiu que os angolanos conseguissem também reconstruir rapidamente as suas infra-estruturas e criar melhores condições de vida para os cidadãos.
“Temos muito mais gente nas escolas do que já houve, temos mais universidades construídas agora e Angola já esteve duas vezes no Conselho de Segurança [das Nações Unidas], hoje, está pela segunda vez, então tudo isso demonstra uma grande dedicação sobretudo do trabalho dos angolanos para construir uma Angola melhor”, referiu o ministro.
Mais do que aos angolanos, esta evolução deve-se – como aliás se aprende nas aulas de educação patriótica – a uma só pessoa, a alguém que foi o “escolhido de Deus”: José Eduardo dos Santos. Não fosse ele e, certamente, Angola não existiria. Mesmo África não se sabe.
O chefe da diplomacia angolana acredita que é construindo-se um país firme que Angola vai longe, fazendo com que todas as potencialidades nacionais trabalhem para o mesmo fim: que o país seja vista como um ponto importante no mundo.
“Acho que é o que temos estado a conseguir nos últimos 12 anos de paz. Se nós olharmos para as delegações que visitaram Angola, que visitam Angola, e essas diferentes realizações, indicam que o país amadureceu significativamente e isto é reconhecido por todos os países”, destacou Georges Chikoti.
Segundo o governante, a confiança que o mundo tem depositado em Angola tem vindo a aumentar “e tudo isso é resultado do trabalho dos angolanos, trabalho do Governo e do Presidente da República”.
“E eu acho que nesses 40 anos Angola fez muito, mesmo que ainda tenhamos também perdido muita coisa. Acho que podemos nos orgulhar desses 40 anos”, salienta Georges Chikoti.
No domínio da diplomacia, Georges Chikoti destacou o que considerou para Angola “pontos extremamente importantes que poucos os países têm”, e “trunfos que ninguém pode tirar a Angola”, como a sua contribuição para a independência da Namíbia, o fim do Apartheid na África do Sul e a vinda do regime do ANC.
“E isto é uma contribuição extremamente importante para a libertação do continente africano e, muito particularmente, dos sul-africanos e daí também a grande importância da batalha do Cuito Cuanavale, que marcou o fim da guerra e demonstrou a grande capacidade militar do exército angolano”, acrescenta.
Georges Chikoti é um político inteligente. No entanto, talvez pela assídua convivência com as “verdades” oficiais que pretendem reescrever a história, não resistiu a subscrever a mentira sobre a batalha do Cuito Cuanavale.
“Grande capacidade militar do exército angolano”? Estará a referir-se às FAPLA/Cubanos/Russos? Às FALA/Sul-Africanos? Georges Chikoti sabe, também nesta matéria, o que diz. Pena é que não diga o que sabe.