A Maersk pretende cortar postos e adiar a decisão sobre o desenvolvimento do projecto petrolífero Chissonga, em águas profundas angolanas, face aos elevados custos de perfuração e à quebra do preço do crude.
A informação foi divulgada através de uma declaração escrita do chefe de operações da Maersk Oil, Gretchen Watkins, garantindo a intenção da petrolífera em continuar com o projecto Chissonga, em fase de prospecção depois de garantir a sua viabilidade financeira, tendo em conta a conjuntura actual do sector.
Em 2014 já tinha sido noticiada a intenção da dinamarquesa Maersk de vender a participação naquele bloco petrolífero, tendo contratado a consultora Goldman Sachs para a assessorar.
Agora, e sem descartar o projecto Chissonga, a Maersk – com escritórios em Houston – diz que está a negociar com as autoridades angolanas e os parceiros de perfuração uma forma de o rentabilizar economicamente, face aos crescentes custos de operação e os preços do barril de crude no mercado internacional, segundo informação do site especializado Fuelfix.
A petrolífera prevê o corte de 60 postos de trabalho entre Angola e Houston (EUA), relacionados com este projecto.
A Maersk Oil está presente em Angola desde 2005, ano em que adquiriu uma participação de 65% no bloco 16 (que inclui o projecto Chissonga), que cobre uma área de 4.900 quilómetros quadrados no ‘offshore’, em águas com até 1.500 metros de profundidade.
A petrolífera descreve que o projecto Chissonga é o mais importante entre as várias operações que tem em curso em Angola.
No mesmo sentido, o director da maior petrolífera estrangeira em Angola, a francesa Total, disse este mês que se os custos de investimento não descerem significativamente, o país arrisca-se a ficar sem indústria do petróleo.
“Se não houver uma significativa redução dos custos, tudo vai parar”, disse o director-geral da Total em Angola, Jean-Michel Lavergne, aludindo às várias medidas que o Governo angolano tem tomado nos últimos anos e que fizeram os custos de produção aumentar em 500 milhões de dólares anuais.