Angola e a Guiné Equatorial assinaram hoje três instrumentos jurídicos nos domínios da agricultura, pecuária e florestas, capacitação linguística (quiçá com professores cubanos) e administrativa para funcionários equato-guineenses e sobre cooperação técnica aeronáutica.
Os protocolos, assinados hoje no Palácio Presidencial em Luanda, no âmbito da visita de Estado que o Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema, efectua em Angola, enquadram-se no reforço da cooperação bilateral entre Luanda e Malabo.
Os documentos, que incluem igualmente um comunicado conjunto no quadro desta visita, foram rubricados na presença dos dois chefes de Estado.
O Presidente equato-guineense iniciou hoje uma visita de Estado de 48 horas a Angola e foi recebido com honras militares no Palácio Presidencial da Cidade Alta, na capital angolana.
A relação bilateral entre Angola e a Guiné Equatorial é marcada por laços históricos, culturais e económicos, além de interesses comuns no contexto africano internacional, segundo uma nota do Ministério das Relações Exteriores de Angola.
Ambos os países, que pertencem à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, haviam formalizados até 2019 dez acordos de cooperação em áreas estratégicas, como defesa, educação e formação, comércio e isenção de vistos.
O Português é a língua oficial dos nove países da CPLP, sendo também a sétima língua mais falada no Mundo. Aproximadamente 300 milhões de pessoas falam português nos cinco continentes e em 2100, esta língua vai unir mais de 500 milhões, segundo uma estimativa das Nações Unidas.
Segundo previsões das Nações Unidas, será devido ao crescimento demográfico de Angola, onde o português é língua dita materna, e de Moçambique, que mais 200 milhões falarão português no final do século, do que actualmente.
O português é a língua materna de cerca de 3,7 por cento da população mundial, atrás do mandarim, do espanhol e do inglês, e seguida de perto pelo hindi. É ainda língua oficial ou de trabalho em dezenas de organizações internacionais, como a União Europeia, a UNESCO, a Organização dos Estados Americanos, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, a Comunidade Económica dos Estados da África Central ou a Organização Mundial de Saúde.
Angola reiterou, em Nova Iorque (EUA), a inclusão do Português como língua de trabalho do Instituto Internacional dos Provedores de Justiça (IOI). A reafirmação foi feita pela provedora de Justiça de Angola, Florbela Araújo, durante a reunião dos directores do IOI, Região África, que decorreu no Fórum Cultural Austríaco, orientado pela presidente regional e provedora de Justiça do Quénia, Florence Kajuju.
Em Portugal, o Governo criou um programa específico para os refugiados aprenderem a língua portuguesa. O programa vai ser “essencial para apoiar” os refugiados na “integração e autonomia, seja na escola, no mercado de trabalho ou no dia-a-dia”, defendeu a então ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes.
A ministra anunciou a criação de um programa de aprendizagem da língua portuguesa específico para refugiados, particularmente os provenientes da Ucrânia, com o propósito de apoiar a integração na comunidade.
Em Outubro de 2021, o Governo do MPLA disse que o processo de harmonização curricular do ensino superior em Angola poderia entrar em vigor no ano académico 2022-2023 em todas as províncias do país.
Harmonizar significa aumentar a qualidade, significa valorizar exclusivamente a competência e banir a bajulação?
O anúncio foi feito pela então ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, Maria do Rosário Sambo, no acto solene de abertura do ano académico 2021-2022, presidido pelo Presidente da República, general João Lourenço.
De acordo com a então ministra, o processo de harmonização curricular deveria estar concluído em 2022 e estava a ser conduzido por professores e especialistas de ordens profissionais que compõem as comissões curriculares nacionais.
No quadro da melhoria da formação de professores, Maria do Rosário Sambo deu então a conhecer que se encontrava em fase de conclusão o primeiro ano de três cursos de mestrado em metodologias de educação nos domínios da infância, ensino primário e ensino da língua portuguesa, e estavam a ser capacitados 66 docentes para se tornarem formadores nos institutos superiores de ciências da educação.
Os estudantes destes cursos de mestrado estavam a ser formados numa universidade portuguesa parceira e iriam frequentar estágios pedagógicos em Angola, com apoio de instituições públicas.
Para o ano académico 2021-2022, estiveram disponíveis cerca de 152 mil vagas em todo o território nacional, 58 por cento concentradas na província de Luanda.
A então ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação disse ser necessário reforçar a oferta formativa nas áreas da Ciência, Tecnologia, Engenharia, Matemática e Saúde.
“Continua a ser manifesta a preponderância das áreas das ciências sociais e humanas, com 53 por cento no seu todo, excluindo a das ciências da educação que contribuiu com 12 por cento das vagas, o que é insuficiente para os desafios da formação de educadores de infância e dos professores do ensino primário e secundário”, referiu.
Em Janeiro de 2020, a ministra da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, Faustina Alves, apelou, em Luanda, aos jornalistas para trabalharem como agentes voluntários junto das comunidades, para extraírem informações concretas que ajudem o Executivo a traçar projectos que vão ao encontro das necessidades da população, em especial as mais vulneráveis.
Se, citando o Presidente do MPLA (general João Lourenço), “haver” necessidade, alguns jornalistas (poucos, é certo) poderão também ensinar os membros do governo, bem como outros altos dignitários do poder do MPLA, a escrever (e a falar) português. Poderão também, citando agora a ex-ministra da Educação, Ana Paula Tuavanje Elias, assumir o “compromíssio” de escolarizar alguns.