“Há um processo vingativo em curso (no MPLA), que tem que terminar. Está na hora até de trazer a família do presidente José Eduardo dos Santos para Angola. Em África, dizem os mais velhos religiosos, quando a família não enterra o seu defunto, não enterrou. Portanto, para os nossos mais velhos religiosos, ainda não está enterrado. Temos que perdoar a família. Se há problemas resolvem-se, mas está na hora de trazer a família do presidente José Eduardo dos Santos, até por uma questão de gratidão da nossa parte” denunciou o antigo militante do MPLA, Ministro das Finanças e Governador da extinta província do Cuando-Cubango, Júlio Marcelino Vieira Bessa, eleito sábado, 8 de Março, Presidente do Partido Cidadania.
Por Geraldo José Letras
O antigo militante do MPLA denuncia a existência de um processo vingativo encabeçado por João Lourenço, contra o antigo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, a sua família e todos os militantes próximos à dinastia “dos Santos”. “Há um processo vingativo em curso (no MPLA), que tem que terminar. Está na hora até de trazer a família do presidente José Eduardo dos Santos para Angola. Em África, dizem os mais velhos religiosos, quando a família não enterra o seu defunto, não enterrou. Portanto, para os nossos mais velhos religiosos, ainda não está enterrado. Temos que perdoar a família. Se há problemas resolvem-se, mas está na hora de trazer a família de José Eduardo dos Santos, até por uma questão de gratidão da nossa parte”.
Júlio Marcelino Vieira Bessa, Presidente do Partido Cidadania eleito na Iª Convenção Ordinária da nova organização partidária com 100% dos votos dos militantes, disse ser necessário e urgente pôr-se fim ao processo vingativo desencadeado pelo Presidente da República e do MPLA, João Lourenço, contra a “ala eduardista” desde 2017.
Para que tal desiderato aconteça, o antigo militante de proa do MPLA, que estava igualmente entre os camaradas de extrema confiança de José Eduardo dos Santos, apela os angolanos a votar nas próximas eleições gerais pela mudança de partido político. Colocando o Cidadania como a principal opção de escolha dos eleitores nas urnas em 2027.
“Nós defendemos que a alternância tem de ser com mudança. A última alternância que aconteceu nesse país, todo mundo sabe de quem estou a falar, houve alternância, mas não houve mudança. Portanto, continuam as mesmas políticas”, disse o Presidente do Cidadania que assume o compromisso de derrubar o MPLA do poder, levar João Lourenço a pagar pelo seu processo vingativo contra a dinastia de José Eduardo dos Santos e permitir que a família “dos Santos” dê um enterro digno ao seu patriarca.
Durante a Iª Convenção Ordinária do Partido Cidadania, Júlio Bessa, disse que nos dois anos que antecedem ao período das eleições gerais pretende trabalhar na organização, implantação da estrutura do partido em todo o país e apostar na formação dos seus quadros.
“Nós como partido político pretendemos trabalhar na nossa organização. Como sabem, esse partido foi criado de forma atípica, e o que queremos fazer agora nos próximos tempos é implantar a nossa estrutura pelo território nacional, queremos trabalhar na formação dos nossos quadros, e depois, nos próximos nove meses, vamos tentar fazer o processo eleitoral a nível provincial, e faremos depois, também três meses depois, o processo a nível de todas as províncias”, explicou o Presidente do Cidadania que pretendem trabalhar para o bem-estar dos angolanos.