DEPUTADOS DA UNITA AGREDIDOS NO KWANZA NORTE

O meu respeito pelos deputados da UNITA aumentou significativamente por terem sido agredidos em nome do Povo e por defenderem o Povo. Quando um governo teme a oposição, não governa – reprime. Quando responde a ideias com agressões, já perdeu toda a legitimidade. Manifesto a minha total solidariedade aos deputados da UNITA que foram brutalmente agredidos no Kwanza Norte.

Por Malundo Kudiqueba

Apelo ao Presidente da República, João Lourenço, e à Presidente do Parlamento, Carolina Cerqueira, para que condenem este acto de violência contra os deputados da UNITA. A agressão contra representantes eleitos do Povo não pode ser ignorada nem relativizada.

O silêncio de ambos poderá ter várias leituras – e nenhuma delas será favorável à democracia. Quem cala perante a injustiça, consente. Quem não condena a violência política, legitima-a.

Este não é um ataque apenas à UNITA, mas ao próprio Estado de Direito. Se a integridade física de deputados não é garantida, que protecção resta ao cidadão comum?

Este ataque não é apenas contra um partido político, mas contra a própria democracia e o direito fundamental à liberdade de pensamento e expressão. Quem recorre à força já perdeu o debate e, mais cedo ou mais tarde, perderá também a legitimidade para governar. Os deputados da UNITA estavam no terreno a demonstrar solidariedade para com as vítimas da repressão, cumprindo o seu papel de representantes do povo. E qual foi a resposta? Violência. Intimidação. A tentativa de silenciamento pela força.

Eles estavam no terreno para defender os direitos e a dignidade dos cidadãos. Silenciar a oposição com violência é negar a democracia.

Os angolanos aguardam uma posição firme da presidente da Assembleia Nacional, pois a sua voz, neste momento, não será apenas uma formalidade – será um teste ao seu compromisso com a democracia e a justiça.

Não posso aceitar este tipo de injustiça, nem compactuar com o bullying político que transforma opositores em alvos a abater. A oposição tem o direito – e o dever – de fiscalizar, criticar e estar ao lado dos angolanos, sem medo de represálias.

A democracia não é monopólio de um partido. Os deputados da UNITA são tão angolanos quanto os do MPLA. Não são estrangeiros, não são inimigos – são filhos desta terra, legitimados pelo voto popular, e merecem respeito. A política não pode ser um jogo de exclusão, onde uns se acham donos do país e outros são tratados como intrusos.

Este episódio vergonhoso mostra que há ainda um longo caminho a percorrer para que Angola seja um verdadeiro Estado de Direito, onde a pluralidade política seja respeitada e a oposição não seja tratada como inimiga, mas como parte essencial da construção nacional.

A minha solidariedade a todos os que foram vítimas desta injustiça. Quem recorre à força já perdeu o debate e, mais cedo ou mais tarde, perderá também a legitimidade para governar.

Não é fácil ser da oposição em Angola. A política devia ser um espaço de ideias e debates, mas transformou-se num campo minado onde a intimidação, a repressão e a violência são armas usadas contra quem ousa pensar diferente.

Enquanto alguns se escondem nos corredores do poder, a UNITA estava no terreno, junto do povo, cumprindo o verdadeiro papel da política: servir e representar. A UNITA provou que não basta falar em nome do povo – é preciso estar com o povo, mesmo quando isso significa enfrentar a brutalidade do poder.

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