VENHA DAÍ A SODA CÁUSTICA!

Angola vai ganhar, nos próximos tempos, a primeira fábrica de soda cáustica e hipoclorito de cálcio, a ser construída na província de Benguela, num financiamento do Deustche Bank avaliado em 24 milhões 831 mil e 412 euros.

Para o início da operacionalização desse empreendimento, o Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA) e os parceiros da respectiva iniciativa assinaram esta segunda-feira, em Luanda, dois contratos de repasse dos projectos ‘Salinas Calombolo’ e ‘Alexandre´s House’.

Com uma capacidade para produzir químicos de alta qualidade e gerar 32 empregos directos, a fábrica, inserida no projecto Salinas Calombolo, vai ocupar aproximadamente cinco mil quilómetros quadrados.

A construção da unidade fabril (projecto Salinas Calombolo) insere-se na linha de crédito do Deustche Bank, representando um avanço industrial e um compromisso tangível para o crescimento sustentável e geração de empregos no país.

A instalação da respectiva fábrica em Angola contribuirá para a melhoria da saúde pública, salubridade e indústria, especialmente no tratamento de água e desinfestação de superfícies. A soda cáustica é uma substância criada por meio de uma reacção entre água e cloreto de sódio, conhecida como electrólise. Devido à sua alta capacidade corrosiva, serve para limpezas profundas e desobstrução de canos.

A propósito, o representante das Salinas Calombolo, Adérito Areias Pereira, considerou que o projecto permitirá reduzir a importação do sal no país, que anualmente gasta 650 milhões de dólares em produtos derivados do sal.

“O nosso objectivo é atingir as 500 mil toneladas de sal urgentemente, superando as 200 mil toneladas registadas em 2023”, afirmou.

Por outro lado, o projecto Alexandre´s House, a ser implementado também na província de Benguela, conta com um financiamento de 47 milhões 75 mil e 72 euros, estando focado para o fornecimento e montagem de um entreposto para recepção, congelação e processamento de pescado no município da Baía Farta.

Essa iniciativa, que visa impulsionar o sector pesqueiro e a economia regional, prevê utilizar embarcações modernas para captura e uma unidade industrial avançada para o processamento e congelação de pescado, prevendo gerar 203 empregos directos.

O projecto Alexandre’s House está focado no fornecimento e montagem de um entreposto para recepção, congelação e processamento de pescado no município da Baia Farta. O projecto prevê, ainda, criar 203 empregos directos e permanentes.

Na ocasião, a presidente do Conselho Executivo do BDA, Patrícia de Almeida, considerou que os dois projectos representam a concretização de um sonho e um passo firme em direcção a um futuro mais próspero e sustentável para Angola.

Para a gestora, a instalação da primeira fábrica de Soda Cáustica vai reduzir a dependência de importações e fortalecer a economia nacional.

Apontou também que o projecto Alexandre ́s House representa um avanço estratégico no sector das pescas, por ser um entreposto pesqueiro que vai reforçar a segurança alimentar nacional e sustentar centenas de famílias angolanas.

Por seu turno, o secretário de Estado para a Economia, Ivan dos Santos, considerou que os contratos assinados representam um sinal para a indústria reduzir a importação de matérias-primas, como o Hipoclorito de sódio, Soda Cáustica e o Ácido Clorídrico, para além de dinamizar a economia nacional.

A história da Salinas Calombolo começou há mais de 70 anos e tem origem na tradição familiar no ramo das pescas e produção de sal. O grupo AA, liderado pelo empresário benguelense Adérito Areias, consolidou a posição líder em ambos os mercados.

Para além disso, e com a aposta na diversificação de negócios o Grupo AA expandiu a actividade para outras áreas da indústria e serviços, apostando na agro-pecuária, transformação de cereais, construção civil e hotelaria.

“Produzir o melhor, com o que de melhor a terra nos dá”, é o lema do Grupo AA, assumindo que o seu maior objectivo é atingir a excelência na satisfação das necessidades dos clientes e levar os sabores de Angola ao mercado nacional e internacional.

Recorde-se que nove anos depois de concluída, a fábrica de concentrado de tomate da comuna do Dombe Grande, na província de Benguela, com capacidade de processamento de 150 toneladas/dia, poderá arrancar em Março de 2024.

A unidade fabril, que tem em vista a transformação de tomate em massa ou polpa, integra o Complexo Agro-Industrial do Dombe Grande, município da Baía Farta, tal como um entreposto frigorífico e uma fábrica de latas para serem usadas como embalagens.

Sob tutela do Ministério da Agricultura e Florestas, a gestão do Complexo Agro-Industrial do Dombe Grande será assumida pelo Grupo privado Adérito Areias, com sede na província de Benguela.

Segundo o presidente do grupo, Adérito Areias, citado pela Rádio Benguela, o arranque tanto da fábrica de processamento de tomate, quanto de produção de latas está previsto para Março de 2024.

Por essa razão, adiantou que as unidades fabris foram reequipadas por técnicos espanhóis, já que foram vandalizadas e retirados os equipamentos, como cabos e motores eléctricos.

“Estamos a fazer um esforço muito grande a custo próprio, para a recuperação daquela fábrica”, garantiu.

Adérito Areias destaca a capacidade de processamento de 150 toneladas de tomate por dia como um impulso para que os produtores locais, incluindo agricultores e familiares, aumentem a produção no Dombe Grande.

O empresário foi peremptório em admitir que a fábrica tem que arrancar, não obstante reconhecer que a produção de tomate no Dombe Grande ainda é insuficiente face à capacidade instalada.

Por isso, disse que se está a pensar em aproveitar não só o tomate, mas também tudo quanto se produz no Dombe Grande, para transformar e fazer compotas.

Esta nova estratégia, explicou, vai ajudar a evitar desperdício de culturas naquela comuna e aumentar os rendimentos dos produtores.

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