A consultora Oxford Economics estima que a produção de petróleo em Angola aumente 3% este ano, para 1,16 milhões de barris diários, tendo subido 7,5% no primeiro semestre, devido às obras do ano passado. Por outro lado, Sodiam realiza leilão de 46 diamantes especiais, seis dos quais do Lulo. Enquanto isso, os 20 milhões de angolanos pobres continuam a ter livre e gratuito acesso aos hipermercados alimentares criados pelo MPLA – as lixeiras.
Assim, “devido às extensas operações de manutenção no primeiro trimestre de 2023, a produção petrolífera cumulativa no primeiro semestre deste ano está 7,5% acima da produção no período homólogo do ano passado”, escrevem os analistas na nota que aponta para um aumento da produção na ordem dos 3%, este ano.
“Prevemos actualmente que a produção de petróleo suba 3%, para 1,16 milhões de barris diários em 2024, acima dos 1,13 milhões produzidos diariamente no ano passado”, escrevem os analistas do departamento africano da consultora Oxford Economics.
Na nota enviada aos clientes, a Oxford Economics diz que “apesar de Angola já não estar limitada às metas da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), é provável que haja perdas na produção devido à manutenção e esgotamento dos poços mais antigos”.
No entanto, acrescentam, a entrada em funcionamento da Fase 3 do Projecto CLOV, da TotalEnergies, no final deste ano, poderá aumentar a produção em 60 mil barris diários, mas não de imediato, e as exportações petrolíferas poderão também ter um impulso quando a refinaria de Cabinda entrar em funcionamento, em Novembro.
A produção petrolífera de Angola caiu ligeiramente em Junho, cerca de 40 mil barris diários, para os 1,14 milhões, de acordo com os dados da Agência Internacional da Energia (AIE), ficando ligeiramente acima do limite imposto pela Agência, e que levou Angola a sair do cartel, depois de 16 anos de permanência, em Dezembro do ano passado, por não concordar com a limitação.
Em Março, o secretário de Estado para o Petróleo e Gás de Angola, José Barroso, disse que a meta de produção do país era 1,1 milhões de barris até 2030, esperando que os novos poços compensem a redução de 15% anual dos poços mais antigos.
Já em Junho, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás afirmou que o esforço de Angola actualmente não está virado para o aumento da produção petrolífera, mas sim em mantê-la em torno de um milhão de barris diários.
“A nossa grande luta agora não é para aumentar a produção, é para estabilizar a produção aí em um milhão mais ou menos [de barris]”, disse Diamantino Azevedo em 11 de Junho, quando respondia perante deputados da Comissão de Economia e Finanças da Assembleia Nacional, numa audição parlamentar para abordar a situação do sector que dirige.
O governante explicou que “é natural” o declínio da produção que Angola regista há alguns anos, devido à falta de investimento e de capacidade para encontrar novos poços que compensem a queda natural dos poços mais antigos.
Entretanto, a Empresa Nacional de Comercialização de Diamantes de Angola (Sodiam) vai realizar um leilão, por via electrónica, de 46 diamantes especiais com mais de dez quilates, incluindo seis pedras da mina do Lulo.
Segundo um comunicado da empresa, o leilão é direccionado a clientes registados na base de dados da Sodiam e os lotes incluem um total de 46 pedras especiais de +10,80 quilates, sendo seis pedras da produção do Lulo, de onde saem os maiores diamantes produzidos em Angola, 18 pedras da produção do Catoca, uma do Somiluana, 16 do Kaixepa e cinco da produção do Luele.
As sessões de visualização terminam dia 23 de Julho de 2024, na sede da Sodiam em Luanda, e o processo de licitação, que será feito de forma electrónica, encerra em 24 de Julho, as 10:00 horas locais.
O leilão, que está a ser organizado com a empresa Trans Atlantic Gem Sales, é o décimo leilão de diamantes brutos organizado pela Sodiam tendo o último sido realizado em Abril.
A Sodiam é a empresa estatal responsável pela comercialização da produção de diamantes de Angola, originárias de 17 produções kimberlíticas e aluvionares.
Em 2023, a Sodiam comercializou e exportou cerca de 9,9 milhões de quilates em bruto por um valor total de cerca de 1,56 mil milhões de dólares, correspondendo a um preço médio de 158 dólares por quilate, posicionando Angola como o terceiro maior produtor mundial de diamantes em bruto em termos de valor.
O enorme aumento da inflação (à revelia do MPLA e por obra e graça dos arruaceiros da Oposição), afecta damaticamente a vida dos angolanos, sobretudo daqueles que para se “remediarem” têm no mercado informal a forma de garantir o seu sustento, mas os vendedores queixam-se do negócio. Enquanto isso, ao que consta, nas grandes superfícies alimentares criadas pelo MPLA para alimentar os 20 milhões de pobres (conhecidas por lixeiras) a inflação é… zero!
Também a desvalorização do kwanza, estratégica segundo os peritos dos peritos do MPLA, influenciou o aumento dos preços nos armazéns, a principal fonte de abastecimento dos pequenos comerciantes, que nos mercados, nas ruas, revendem os produtos e com os lucros satisfazem as suas necessidades básicas.
Para colmatar a situação, em estudo está também a aplicação de medidas macro e micro económicas específicas para fomentar a proliferação das ditas grandes superfícies alimentares, conhecidas por lixeiras.
As autoridades (as tais que estão no Poder há 49 anos) garantem que estão a ser implementadas medidas para se evitar a especulação. Estão já a ser preparados “outdoors”, que serão colocados à entrada das lixeiras, a dizer “Proibido especular”.
Esclareça-se, não vão os nossos leitores começar a zurzir na benemérita estratégia do MPLA, que esta situação se insere nas aulas de educação patriótica onde é vital, condição “sine qua non” para obter o diploma, aprender a viver sem… comer!
Um estudo do Instituto Nacional de Estatística (INE) de Angola, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), publicado em Junho de 2023ste, refere que se estima que mais de 8,5 milhões de pessoas em Angola tenham um emprego informal.
Enquanto isso, a elite angolana (quase toda formada por dirigentes do MPLA e seus bajuladores) já prepara uma alteração à sua ementa alimentar, reconhecendo a crise. O cardápio base é: Trufas pretas, caranguejos gigantes, cordeiro assado com cogumelos, bolbos de lírio de Inverno, supremos de galinha com espuma de raiz de beterraba e queijos acompanhados de mel e amêndoas caramelizadas e umas garrafas de Château-Grillet 2005.
Por sua vez, o resto da população escrava (onde figuram os nossos 20 milhões de pobres) terão uma melhorada ementa com, talvez, peixe podre e fuba podre. Certo é que, se refilarem, levam porrada.