TODOS QUEREM (IN)VESTIR O REI

O Banco de Comércio e Desenvolvimento da África Oriental e Austral (TDB) vai investir mais de 500 milhões de dólares em Angola nos próximos anos, em áreas estratégicas como agricultura, energia, transportes, saúde e comércio. O general João Lourenço não pode queixar-se de falta de ajuda para, um dia, mostrar o que já revindica agora: O MPLA fez mais em 50 anos do que os portugueses em 500.

O anúncio foi feito à imprensa pelo presidente do TDB, Admassu Tadesse, após uma audiência concedida pelo Presidente da República, general João Lourenço, no Palácio Presidencial, em Luanda, e em que estiveram também presentes o Presidente do MPLA, o Titular do Poder Executivo e o Comandante-em-Chefe das Forças Armadas

Segundo Admassu Tadesse, o financiamento visa fortalecer a segurança alimentar, diversificar a economia e criar empregos, tudo sectores em que o MPLA ainda não teve tempo de investir por estar, reconheça-se, há pouco tempo no Governo, ou seja há 49 anos.

“Nos próximos anos, o mínimo que pretendemos investir são 500 milhões de dólares e este montante pode subir para biliões”, afirmou Admassu Tadesse, ao destacar a possibilidade de atrair outros parceiros e investidores para fortalecer projectos no país.

O líder do TDB destacou ainda a colaboração com o Fundo Soberano de Angola, Ministério das Finanças e bancos locais para atrair mais instituições financeiras ao país.

Na quarta-feira, 27 de Novembro, uma delegação do TDB visitou o município do Soyo, na província do Zaire, onde realizou a primeira reunião do Conselho de Administração do banco em Angola e analisou projectos de infra-estruturas de grande dimensão na região.

De acordo com Admassu Tadesse, a visita ao Soyo revelou o potencial de Angola em sectores como segurança alimentar e diversificação económica.

“Esta segurança alimentar é bastante importante não apenas para geração de receitas e desenvolvimento da economia angolana, mas também vai ajudar a criar mais trabalho e, também, poder se exportar para outras regiões do mundo e do continente africano”, afirmou.

O investimento a ser feito pela TDB alinha-se às prioridades apontadas pelo Presidente general João Lourenço nos sectores da agricultura e segurança alimentar que são pilares para o crescimento sustentável e a redução da dependência económica de Angola, segundo Admassu Tadesse que, consta, terá segredado ao dono de Angola que, afinal, é correcto plantar as couves com a raiz para… baixo.

SEMPRE NA LINHA DA FRENTE…

Recorde-se que, em Maio de 2023, Angola tornou-se o 21º estado membro africano e o 1º estado membro lusófono da seguradora pan-africana, Africa Trade Insurance Agency – ATI, depois de pagar uma subscrição de capital de 25 milhões de dólares.

A adesão foi financiada com os recursos do Tesouro Nacional de Angola e com as receitas do projecto histórico de água BITA – um investimento público estratégico para a construção de infra-estruturas de tratamento, abastecimento e armazenamento de água potável que beneficiará 2,5 milhões de pessoas em Angola.

Congratulando-se com a adesão de Angola, o director executivo da ATI, Manuel Moses, salientou a demonstração do empenho do país em diversificar a sua economia através das soluções de mitigação de riscos comerciais e de investimento da ATI.

“Temos o prazer de apoiar Angola na sua busca de diversificação económica e de se tornar uma potência agrícola no continente africano. A adesão de Angola é oportuna, uma vez que os serviços de mitigação do risco e de melhoria do crédito da ATI actuarão como catalisadores para o reforço e a diversificação da economia angolana, apoiando o aumento do investimento, das exportações e do comércio no âmbito do quadro continental africano da ZCLCA”, afirmou Manuel Moses.

Ao abrigo desta estrutura inovadora e única de financiamento misto e garantia, Angola – juntamente com os credores cobertos pela ATI no âmbito da transacção – concordou com a utilização das receitas do empréstimo sindicado para incluir também o financiamento com o objectivo de Angola se tornar membro da ATI. A ATI prestou apoio em termos de garantias e seguros a esta facilidade parcialmente garantida pelo Banco Mundial ao Governo de Angola para a expansão e melhoria do serviço de abastecimento de água nas zonas urbanas e periurbanas de Luanda.

A exposição bruta da ATI em Angola, o maior país da região da África Austral, é actualmente de 467 milhões de dólares, principalmente nos sectores da construção, energia e gás, comércio e transportes, abastecimento de água e comércio grossista e retalhista, com transacções avaliadas em 1,4 mil milhões de dólares.

“Este desenvolvimento foi possível graças ao mandato pan-africano da ATI, que permite à organização cobrir transacções em Angola e não só, apesar de a ATI não ser membro. Agora que Angola é um accionista de pleno direito da ATI, o país pode ter acesso a mais soluções de garantia da ATI para atrair mais Investimentos Estrangeiros Directos e impulsionar o seu comércio interno e externo em toda a região”, explicou Manual Moses .

A economia angolana é impulsionada principalmente pelo sector petrolífero, mas o país procura seguir novos modelos de crescimento para a diversificação económica através do sector agrícola e do desenvolvimento do sector privado.

Com o apoio da ATI, Angola está no caminho da consolidação orçamental, da gestão do seu limite de endividamento, do aumento do investimento público e privado, a fim de retomar a curva ascendente do crescimento económico sustentável e inclusivo, bem como do desenvolvimento humano.

A ATI passou de uma pequena empresa africana criada em 2001 para uma instituição pan-africana com presença em toda a África e com um alcance global significativo. Para além de Angola, outros países membros incluem o Benim, Burundi, Camarões, Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Etiópia, Gana, Quénia, Madagáscar, Malawi, Níger, Nigéria, Ruanda, Senegal, Sudão do Sul, Tanzânia, Togo, Uganda, Zâmbia e Zimbabué.

Os membros institucionais incluem o Banco Africano de Desenvolvimento, a Corporação Africana de Resseguros, o Grupo Atradius, a Chubb, a CESCE (ECA espanhola), o Ministério das Finanças da Índia (representado pela ECGC), a SACE SIMEST, o Mercado Comum da África Oriental e Austral (COMESA), o Banco de Comércio e Desenvolvimento (TDB), a Kenya-Re, a PTA Reinsurance Company (Zep-Re) e o Financiamento das Exportações do Reino Unido.

A ATI é uma instituição pan-africana que oferece seguros contra riscos políticos a empresas, investidores e financiadores interessados em fazer negócios em África. Com raízes profundas em África, está melhor posicionada para compreender e avaliar os riscos existentes – e para ajudar a mitigá-los. Como resultado, oferece soluções de risco robustas aos seus clientes. Os seus parceiros financeiros passaram a confiar nas suas avaliações devido à sua credibilidade, solidez financeira e capacidade de subscrição.

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