O MAIOR DESAFIO PARA A HUMANIDADE

Desde a Guerra da Coreia, a Coreia do Norte evoluiu para um regime totalitário, caracterizado pela sucessão dinástica, governação teocrática e ditadura. Toda a região opera exclusivamente para garantir a sobrevivência e perpetuação do Partido dos Trabalhadores da Coreia e dos seus líderes – Kim Il-sung, Kim Jong-il e Kim Jong-un.

Por Jun Kyu Park (*)

Os processos cognitivos e de pensamento da população são meticulosamente manipulados pelo poder central, sendo qualquer pensamento dissidente erradicado de forma imediata, tanto por meios físicos como psicológicos.

O aspecto mais aterrador das violações dos direitos humanos na Coreia do Norte, baseadas no poder, é a manipulação deliberada do quadro cognitivo colectivo dos cidadãos para fins malévolos. Esta manipulação pode incitar acções colectivas e físicas ditadas pelas intenções dos manipuladores, levando a resultados catastróficos, como guerra ou genocídios em massa.

O mais alarmante é que a percepção do mundo, enquanto seres humanos, é intencionalmente distorcida, destruindo o sentido de vida das pessoas – este é o aspecto mais grave das violações de direitos humanos perpetradas pela liderança norte-coreana.

Todas as estruturas de violação de direitos humanos na Coreia do Norte visam, em última análise, manter, reforçar e perpetuar o poder da dinastia Kim. Aqueles que expressam pensamentos ou acções contrárias ao regime são rotulados como traidores e subversivos, sendo controlados de forma rigorosa para impedir qualquer proximidade com ideias dissidentes. Assim, a Coreia do Norte transforma-se na maior prisão do mundo, isolando fisicamente a sua população de informações externas e cometendo atrocidades mais eficientes do que as testemunhadas durante o nazismo.

Quem desafia o regime ou tenta escapar é eliminado indiscriminadamente, sendo a distribuição de recursos essenciais, como alimentos, determinada pela lealdade ao partido central, conforme definida pela autoridade governante. Este sistema hierárquico, baseado na lealdade e imposto através de punições colectivas, despojou colectivamente os habitantes do norte da Península Coreana da sua humanidade, transformando a Coreia do Norte num verdadeiro inferno na Terra.

Os principais conceitos associados às questões de direitos humanos na Coreia do Norte incluem: o direito à vida, dignidade individual e liberdade, os direitos de suspeitos e detidos, liberdade de crença e expressão, direito de reunião e associação, direitos de participação política, direito à sobrevivência, direito à saúde, direitos laborais, direitos educativos, direitos de propriedade, liberdade de residência e habitação, direito ao casamento e à família, campos de prisioneiros políticos, abortos forçados, punições colectivas, experiências biomédicas e execuções públicas.

O sistema de violações de direitos humanos, baseado no poder, foi perpetuado por três gerações de sucessão dinástica, tornando-se uma estrutura que não pode ser alterada pela vontade do líder actual.

Este sistema foi concebido para se expandir, com uma inércia nas suas acções, solidificando-se cada vez mais para garantir a sobrevivência do líder. Assim, a Coreia do Norte tornou-se uma região completamente isolada da sociedade humana, divergindo significativamente das normas internacionais.

Tropas norte-coreanas estão a ser enviadas para a guerra na Ucrânia, e o mundo treme com a perspectiva de uma escalada. Mais de dez mil soldados foram destacados. As acções recentes do regime sugerem uma forte reacção à possível erosão do controlo ideológico, causada pela exposição de membros internos a informações externas, levando a execuções públicas de residentes que contactem com informações exteriores. Nesse contexto, esses dez mil soldados, que estão a adquirir conhecimento sobre os sistemas internos e segredos militares norte-coreanos, estão a receber rações alimentares na Rússia, enquanto são expostos a culturas estrangeiras.

Dada esta situação precária, é altamente provável que a liderança norte-coreana não permita o regresso destes soldados, mesmo que sobrevivam à guerra. Impedir o vazamento de segredos militares e evitar que indivíduos expostos a culturas estrangeiras reentrem na Coreia do Norte seria considerado um julgamento seguro para a manutenção do regime.

A possibilidade de tratá-los como baixas e eliminá-los, directa ou indirectamente, na Rússia representa uma decisão eficiente e economicamente vantajosa para a preservação do regime. Essencialmente, seria como “pagar” por tecnologia e recursos da Rússia com vidas humanas.

Relatórios recentes indicam que o regime norte-coreano separou as famílias dos soldados destacados. É provável que as famílias, dentro da Coreia do Norte, não tenham qualquer direito de saber sobre os destacamentos, e qualquer tentativa de questionar o assunto poderia levar a isolamento imediato em campos de prisioneiros políticos ou até à execução.

O filme sul-coreano Secretly, Greatly (2013) retrata tais soldados como “salmões”. Tal como os salmões nascem no mar, sobem o rio para desovar e acabam por perecer, o destino dos soldados norte-coreanos assemelha-se ao dos salmões.

No filme, as famílias dos infiltrados são mostradas a serem aprisionadas ou executadas imediatamente após o destacamento. Estamos à beira de tais eventos trágicos. Devemos fazer tudo o que está ao nosso alcance para prevenir esta catástrofe.

Ao longo da história, a humanidade superou adversidades através da esperança e da força benevolente derivada de valores universais. Devemos lembrar que os longos e horríveis problemas de direitos humanos na Coreia do Norte não são apenas uma questão confinada à Península Coreana; representam um dos maiores desafios para a humanidade, um problema colectivo que temos de resolver. É urgente abrir novos caminhos e práticas, aplicando perspectivas inovadoras e tecnologias de uma nova geração, para romper a maior prisão física e psicológica do mundo – o regime norte-coreano – e resgatar o seu povo. A solidariedade neste esforço é essencial.

(*) Representante do Korea Young Leaders Forum

Nota: Este é um texto publicitário que apenas vincula a entidade contratante do espaço.

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