EXECUTIVO 0 – GREVISTAS 100

Na província do Huambo, os três delegados de greve e piquetes do SINPROF (Sindicato Nacional dos Professores) e da ENDE (Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade) detidos pela Polícia Nacional durante o primeiro dia de greve geral nesta quarta-feira, sob acusação de violação da Lei da Greve (artigos 25° e 26°) estão em liberdade por decisão final do tribunal que considerou insuficientes as provas apresentadas pelo Ministério Público.

Tratam-se dos sindicalistas Abrão Messamessa Faustino (funcionário da Educação), Narciso Chipalavela e Laurindo Chipesse Mário (ambos funcionários da ENDE) detidos pela Polícia Nacional nesta quarta-feira durante a participação no primeiro dia de greve geral convocada pelas centrais sindicais UNTA-CS, CGSILA e Força Sindical Angolana.

A decisão do tribunal representa para as centrais sindicais que já ameaçavam evoluir a greve geral para manifestação nacional, demonstração de que a “ditadura está a perder 0 – 100 para os grevistas que vão continuar a usar do direito a greve, sempre dentro da lei”.

O segundo dia da greve geral cuja primeira fase termina amanhã, foi igual ao primeiro dia, com escolas, conservatórias, administrações municipais e governos provinciais, além de hospitais a prestarem só serviços mínimos.

Agentes da Polícia Nacional e do Serviço de Investigação Criminal (SIC), na província do Huambo, foram flagrados à paisana pelos delegados de greve e piquetes.

De acordo com as centrais sindicais, a adesão a greve geral está em 95% em todo o país.

Se o governo não se pronunciará até ao fim do dia de sexta-feira, as centrais sindicais vão avançar para a segunda e terceira fases da greve geral, apesar dos actos de coacção e detenções que continuam a se registar em todo o país. Desde a independência de Angola, em 1975, é a primeira vez que todos os sindicatos se unem para uma paralisação total dos serviços em diversos sectores públicos para exigir melhorias salariais e laborais.

Geraldo José Letras

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